Alta da Selic não consegue conter inflação, que segue pesando no bolso

Enquanto o Banco Central (BC) mantém o ciclo de escalada dos juros, a inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), segue alta e ainda acima da meta — de 3%, com intervalo de tolerância entre 1,5% e 4,5%.

Como divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nessa sexta-feira (9/5), o índice de abril subiu 0,43%, atingindo 5,53% na variação acumulada em 12 meses.

Para especialistas, a alta dos preços medidos em abril confirma que a inflação segue resistente, mesmo com os juros em patamar elevado. A taxa básica de juros, a Selic, subiu de 14,25% ao ano para 14,75% ao ano, segundo decisão tomada na última quarta-feira (6/5) pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.

Para Pedro Ros, CEO da Referência Capital, a combinação de demanda pressionada, aumento nos custos logísticos e instabilidade fiscal contribuiu para o resultado da inflação do quarto mês do ano.

“Com esse cenário, o consumo tende a desacelerar ainda mais, especialmente nas famílias de baixa e média renda. Para o mercado, é um sinal claro de que os juros devem continuar altos por mais tempo, o que reforça a migração de investidores e consumidores para alternativas mais previsíveis e estruturadas, como ativos reais e crédito via consórcio”, explica Ros.

Felipe Vasconcellos, Sócio da Equus Capital, avalia que nesse cenário de inflação resistente, o Banco Central tende a manter os juros elevados por mais tempo. No entanto, para a próxima reunião, o Copom não indicou qual será o movimento.

Segundo o comitê, o cenário é “de elevada incerteza” e demanda cautela adicional na atuação da política monetária, além de flexibilidade para incorporar os dados que impactem a dinâmica de inflação.


Entenda a situação dos juros no Brasil

  • A taxa Selic é o principal instrumento de controle da inflação.
  • O Brasil enfrenta uma inflação anual de 5,48%, acima do teto da meta de 4,5%, e a decisão visa segurar o avanço dos preços.
  • Ao aumentar os juros, a consequência esperada é a redução do consumo no país.
  • Dessa forma, o crédito fica mais caro e a atividade econômica tende a desaquecer, provocando queda de preços para consumidores e produtores. A inflação dos alimentos tem sido a pedra no sapato do presidente Lula (PT).
  • Projeções mais recentes mostram que o mercado desacredita em um cenário em que a taxa de juros volte a ficar abaixo de dois dígitos durante o governo Lula e do mandato de Gabriel Galípolo à frente do BC.
  • A próxima reunião do Copom está marcada para os dias 17 e 18 de junho.

Com o resultado de abril, a inflação anualizada ampliou ainda mais a distância do centro da meta (de 3%).

“O atual nível da Selic, agora em 14,75%, embora necessário para conter expectativas, algumas vezes tem mostrado sinais de esgotamento como instrumento exclusivo de combate à inflação”, avalia Sidney Lima, analista CNPI da Ouro Preto Investimentos.

Para Lima, a política monetária está batendo no consumo, travando crédito e investimentos produtivos, mas ainda não conseguiu quebrar a rigidez de preços em itens essenciais.

Poder de compra segue baixo

Como mostrado pelo Metrópoles, o poder de compra da população brasileira, principalmente das classes mais baixas, está pequeno e tem ampliado a percepção negativa do governo. Com baixo poder aquisitivo, a retomada do consumo fica limitada.

Abaixo da inflação, renda do trabalhador não segue queda do desemprego

Além disso, a pressão está vindo justamente de setores com forte impacto sobre a renda das famílias, como alimentação, saúde e educação, que lideraram os reajustes em abril.



Fonte: Metrópoles

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