Análise de RNA pode prever parto prematuro com meses de antecedência

Crianças que nascem antes da 37ª semana de gestação enfrentam um risco muito maior de complicações e morte precoce. No entanto, prever com precisão quais gestações terminarão em parto prematuro ainda é um desafio devido à variedade de causas envolvidas e à falta de ferramentas confiáveis.

Um estudo apresentado neste fim de semana (25/5) durante a conferência anual da Sociedade Europeia de Genética Humana, em Milão, traz uma nova possibilidade. Pesquisadores mostraram que a análise do RNA livre de células (cfRNA) presente no sangue materno pode identificar o risco de parto prematuro com mais de quatro meses de antecedência.

“A capacidade de detectar esses sinais preditivos ao longo de quatro meses sugere um preparo biológico precoce para o parto prematuro muito antes do reconhecimento clínico atual. Essa janela estendida pode revolucionar as estratégias de prevenção”, afirma Wen-Jing Wang, pesquisadora associada da BGI Research, na China.

Teste pode ser feito junto ao pré-natal de rotina

A pesquisa analisou amostras de sangue de 851 grávidas, sendo 299 com partos prematuros e 552 com partos a termo. As coletas foram feitas por volta da 16ª semana de gestação. Ao examinar o cfRNA, a equipe identificou alterações nos perfis moleculares entre os dois grupos.

Segundo Wang, o teste pode ser realizado junto ao chamado Teste Pré-Natal Não Invasivo (TPNI), já comum no acompanhamento da gravidez.

“Os custos atuais do sequenciamento de cfRNA são semelhantes aos do TPNI, mas a otimização futura com painéis qRT-PCR direcionados pode reduzir significativamente os custos. Isso cria uma rota potencial tanto para o monitoramento de pacientes de alto risco quanto para uma triagem populacional mais ampla”, explica.

Diferente do DNA, que permanece estático, o RNA circulante no sangue pode fornecer informações dinâmicas e específicas de cada tecido do corpo. De acordo com os pesquisadores, já é possível distinguir padrões de cfRNA nos diferentes tipos de parto prematuro, como casos com rompimento precoce da bolsa e outros em que as membranas permanecem intactas.

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Avanço importante mas ainda há desafios

A cada ano, cerca de 13,4 milhões de bebês nascem prematuros em todo o mundo. Destes, quase 1 milhão morre antes de completar cinco anos de idade. Entre os sobreviventes, os riscos de problemas de saúde a curto e longo prazo são muito maiores do que entre os nascidos no tempo certo.

Além de dificuldades respiratórias, infecções e complicações no início da vida, essas crianças também têm maior probabilidade de desenvolver paralisia cerebral, epilepsia e até cegueira. As consequências afetam não só os bebês, mas também suas famílias, que enfrentam impactos emocionais e financeiros duradouros.

Apesar do potencial da nova técnica, os cientistas destacam que ainda há desafios. “É necessário padronizar o manuseio das amostras, porque o RNA é mais instável que o DNA. Também precisamos desenvolver algoritmos preditivos em populações diversas e entender melhor as causas dos diferentes subtipos de parto prematuro”, esclarece Wang.

A equipe agora busca parcerias com outras instituições para avançar nas pesquisas e acelerar a aplicação prática do teste. Segundo os autores, o uso da chamada “biópsia líquida” pode transformar a forma como complicações na gravidez são compreendidas e tratadas.

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Fonte: Metrópoles

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