A Polícia Civil, que investiga Damián Bobadilla, jogador do São Paulo Futebol Clube, acusado de xenofobia contra um jogador venezuelano do Talleres, acredita que o atleta paraguaio tenha saído rápido e sozinho do MorumbBIS em tentativa de escapar da prisão em flagrante.
O caso ocorreu na noite de ontem (27), no estádio do Tricolor Paulista, durante partida entre os dois clubes pela Copa Libertadores. Miguel Navarro, jogador de 26 anos do clube argentino, acusa Bobadilla de o chamar de “venezuelano morto de fome”.
Segundo o delegado responsável pela investigação, Rodrigo Correa, o jogador teria tomado a atitude de sair de forma imediata do local, pois a prisão em flagrante só poderia ter sido feita nas primeiras horas após o ocorrido.
Rodrigo também afirmou que a polícia compareceu ao clube paulista e, agora, o jogador deve comparecer à delegacia até sexta-feira (30). Além disso, informou que “nem ele (Bobadilla) e nem o clube entraram em contato com a polícia, apesar de terem se manifestado nas redes sociais”.
O fato é investigado como como injúria racial e foi registrado na Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade).
Entenda o caso
Durante a partida entre o time brasileiro e o Talleres na noite desta terça-feira (27), pela Copa Libertadores, o jogador Miguel Navarro, do clube argentino, foi visto chorando e discutindo após o segundo gol do Tricolor Paulista.
Ao final do jogo, o atleta de 26 anos revelou que Bobadilla o teria chamado de “venezuelano morto de fome”. “Eu estava dizendo ao árbitro para se apressar, porque precisávamos jogar. Aí, do nada, Bobadilla veio e me disse ‘venezuelano morto de fome’. Eu quis sair do jogo, mas, infelizmente, não tínhamos mais substituições. Não quis deixar meu time com um jogador a menos. Minha cabeça não estava mais lá naquele momento. A justiça deve ser feita, isso não pode continuar acontecendo”, disse Navarro.
Dois atletas do Talleres, que ouviram a ofensa, e o árbitro da partida já foram ouvidos.
A CNN apurou que o caso já foi registrado diretamente no estádio do Morumbis, já que o delegado responsável estava no local.
Nas redes sociais, Navarro fez um post denunciando a ofensa. “Gostaria de poder ter em minhas mãos a solução para a fome que meu país vive, espero que Deus me dê abundância para poder ajudar. Não acredito que se possa fazer muito contra a pobreza mental“. Veja abaixo:
“Nunca me envergonharei das minhas raízes, irei às últimas consequências diante do ato de xenofobia que vivi hoje no Brasil, das mãos de Damian Bobadilla. Não há espaço para discursos de ódio no futebol.”
A CNN tenta contato com a defesa de Bobadilla. O espaço segue aberto.