Copom: ambiente externo é adverso e exige cautela de países emergentes

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) ressaltou, nesta terça-feira (13/5), que o ambiente externo é “adverso e particularmente incerto”. Segundo a ata da última reunião do Copom, o principal fator para esse cenário foi a política comercial dos Estados Unidos (EUA) — em referência ao “tarifaço” — e seus efeitos.

Para o comitê, o cenário “segue exigindo cautela por parte de países emergentes em ambiente de maior tensão geopolítica”.

“O choque de tarifas e o choque de incerteza, apesar de todas as tentativas de mensuração, ainda são de impacto bastante incerto. As camadas de incerteza envolvem a própria determinação da política tarifária norte-americana, a resposta tarifária dos demais países à política tarifária norte-americana, a resposta das firmas a tais políticas, com possíveis impactos em cadeias globais de produção, e a resposta dos consumidores às mudanças de preços”, disse.

O Copom afirmou que ainda é cedo para concluir qual será a magnitude do impacto sobre a economia brasileira. Na análise do colegiado, o Brasil parece “menos afetado” pelo tarifaço do que outros países, mas é impactado por um cenário global adverso.

Ainda na ata, o BC ponderou que o aumento da incerteza e a deterioração do cenário global, com destaque para a “desaceleração gradual e ordenada” da economia dos EUA, “se deterioraram e se aprofundaram” em relação ao observado nas últimas reuniões.

“A incerteza se materializou muito maior do que esperado e se prevê, agora, uma desaceleração na economia norte-americana mais acentuada do que era esperado.”

“Como usual, o comitê focará nos mecanismos de transmissão da conjuntura externa sobre a dinâmica de inflação interna e seu impacto sobre o cenário prospectivo. Reforçou-se, ademais, que um cenário de maior incerteza global e de movimentos cambiais mais abruptos exige maior cautela na condução da política monetária doméstica”, declarou.

Aumento dos juros

Na reunião realizada entre 6 e 7 de maio, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa básica de juros (a Selic) para 14,75% ao ano — sexto aumento seguido da Selic, o que prolongou o ciclo de aperto monetário que começou em setembro do ano passado.

Atualmente, os juros estão no mesmo patamar de quando ficou vigente entre julho e agosto de 2006, fim do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). À época, a economia brasileira crescia.


Entenda a situação dos juros no Brasil

  • A taxa Selic é o principal instrumento de controle da inflação.
  • Ao aumentar os juros, a consequência esperada é a redução do consumo e dos investimentos no país.
  • Dessa forma, o crédito fica mais caro e a atividade econômica tende a desaquecer, provocando queda de preços para consumidores e produtores.
  • Projeções mais recentes mostram que o mercado financeiro desacredita em um cenário em que a taxa de juros volte a ficar abaixo de dois dígitos durante o governo Lula (PT) e do mandato de Gabriel Galípolo à frente do BC.

Na ata, o comitê mostrou-se mais confiante com os resultados da política monetária “significativamente contracionista”. Segundo a diretoria do BC, a Selic em patamar mais elevado “já tem contribuído e seguirá contribuindo para a moderação de crescimento”.

“Dadas as defasagens inerentes aos mecanismos de política monetária, espera-se que tais efeitos se aprofundem nos próximos trimestres”, frisou o Copom.

Além disso, o texto afirmou que “a inflexão no mercado de trabalho também é parte do mecanismo de política monetária e deve se aprofundar ao longo do tempo, de modo compatível com um cenário de política monetária restritiva”.



Fonte: Metrópoles

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