O déficit das contas externas do Brasil foi de US$ 1,3 bilhão em abril, segundo dados do Banco Central (BC). O resultado foi menor do que o registrado no mesmo mês do ano passado, quando houve saldo negativo de US$ 1,7 bilhão.
No acumulado de 12 meses até abril, o déficit em transações correntes soma US$ 68,5 bilhões, bem acima do registrado em abril de 2024, de US$ 26,7 bilhões — o que indica que o Brasil gasta mais do que recebe do exterior.
Os dados fazem parte do relatório de estatísticas do setor externo, publicado nesta segunda-feira (26/5) pelo BC. O documento compila os valores dessas movimentações financeiras mês a mês.
Entenda as contas externas
- As contas externas (ou transações correntes) são um dos principais indicadores sobre o setor externo do Brasil.
- O resultado das transações correntes é formado pelo balanço de pagamentos da compra e venda de mercadorias, balança de serviços e as transferências unilaterais.
- Um saldo negativo (déficit) nas contas externas significa que o país enviou mais dinheiro para o exterior do que recebeu. Enquanto um saldo positivo (superávit) indica que o Brasil recebeu mais dinheiro do que transferiu para outros países.
- Em 2024, o saldo negativo somou quase US$ 56 bilhões — o equivalente a 2,55% do Produto Interno Bruto (PIB).
Para o cálculo mensal das transações correntes, o Banco Central considera o saldo da balança comercial (diferença entre os valores das importações e das exportações), os serviços e a movimentação de renda para outros países.
Contas externas em abril
Em abril, a balança comercial de bens (saldo entre importações e exportações) teve superávit de US$ 7,4 bilhões. No mesmo mês do ano passado, o país registrou superávit de US$ 7,8 bilhões.
De acordo com o BC, em abril deste ano:
- as exportações somaram US$ 30,6 bilhões; e
- as importações totalizaram US$ 23,2 bilhões.
Com isso, as exportações mantiveram-se no mesmo patamar de abril de 2024, enquanto as importações cresceram 1,5%.
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O Brasil também teve déficit na conta de serviços, que totalizou saldo negativo de US$ 4,2 bilhões em abril — o que representa uma redução de US$ 98 milhões frente ao déficit computado no mesmo período do ano passado.
Os destaques vão para as altas das despesas líquidas de:
- Serviços de transportes (+8,2%), que custaram US$ 1,2 bilhão;
- Serviços de propriedade intelectual (+18%), que somaram US$ 1,1 bilhão;
- Serviços de aluguel de equipamentos (+13,6%), que foram de US$ 973 milhões; e
- Serviços de telecomunicação, computação e informações (+30,9%), acumulando US$ 666 milhões.
Os turistas brasileiros gastaram US$ 987 milhões com viagens internacionais, ante US$ 1,7 bilhão em abril de 2024.
Investimentos e reserva internacional
Do lado dos ganhos, o BC informou que a entrada de investimentos estrangeiros foi maior em abril deste ano. Os investimentos diretos no país (IDP) somaram US$ 5,5 bilhões, acima dos US$ 3,9 bilhões computados no mesmo mês do ano passado.
Nos últimos 12 meses até abril, o IDP acumula US$ 69,8 bilhões em investimentos (3,29% do PIB), contra US$ 68,2 bilhões (3,19% do PIB) em março, e US$ 63,2 bilhões (2,80% do PIB) em abril de 2024.
O Banco Central informou que o saldo das reservas internacionais do país aumentou US$ 4,6 bilhões na passagem de março para abril. Com isso, o Brasil tem estoque de US$ 340,8 bilhões para se proteger contra crises externas.
Fonte: Metrópoles