‘Ela nem é tão preta assim’: Odete Roitman escancara racismo velado em ‘Vale Tudo’’

A personagem Odete Roitman (Débora Bloch) no remake de “Vale Tudo”, tem se destacado como alvo de debates acalorados desde sua estreia. Conhecida por sua postura elitista e opiniões controversas, Odete dividia opiniões entre os telespectadores. Alguns a viam como uma figura “sincera” e “realista”, enquanto outros a consideravam uma vilã clássica.

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No entanto, uma cena exibida recentemente mudou a percepção do público. Em um diálogo com sua irmã Celina (Malu Galli), Odete justifica sua aceitação de Maria de Fátima (Bella Campos), uma mulher negra, como possível nora, dizendo: “Todo mundo pode ter a sua função, Celina. O que importa é que as pessoas façam o que eu quero. E ela nem é tão preta assim”.

Essa fala escancarou o racismo velado presente na personagem e, por extensão, em setores da elite brasileira. A ideia de que uma pessoa negra pode ser aceita desde que “não seja tão preta” revela uma mentalidade racista que ainda persiste na sociedade.

Reações: Da idolatria à repulsa por ‘Vale Tudo’

A cena também reacendeu discussões sobre o racismo estrutural no Brasil. A autora Manuela Dias, responsável pelo remake, afirmou que “a função da dramaturgia é servir de ferramenta de transformação social”. Ao trazer à tona falas racistas de personagens como Odete, a novela busca refletir e questionar comportamentos ainda presentes na sociedade.

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A repercussão nas redes sociais foi imediata. Internautas que antes simpatizavam com a personagem passaram a expressar repulsa. Não “É racismo estrutural, é o racismo individual da Odete, como a própria irmã apontou. E é o retrato do colorismo brasileiro também. A Celina seria mais caso de racismo estrutural com a fala só que a irmã, famosa ‘eu não sou racista, mas…’”, destacou um internauta.

Teve quem criticasse até mesmo as reações: “Não sei quem é pior na atividade cognitiva: os que estão comemorando a fala racista ou os que estão militando em cima de uma fala problemática da Odete Roitman”.

A complexa relação entre Odete e Maria de Fátima

A aliança entre Odete e Maria de Fátima é marcada por interesses mútuos. Enquanto Fátima busca ascensão social, Odete a utiliza para manipular situações a seu favor. No entanto, essa relação é permeada por hierarquias raciais.

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A cor da pele de Fátima não passa despercebida para Odete, que a tolera apenas enquanto ela for útil e “aceitável” visualmente.

Essa dinâmica evidencia como o racismo funcional opera em ambientes de poder. A aceitação de pessoas negras em certos espaços é condicionada à sua subserviência e conformidade com padrões impostos pela elite branca.

A escolha de Bella Campos, uma atriz negra não-retinta, para o papel de Maria de Fátima, reforça a intenção da autora de abordar questões raciais de forma mais direta. Manuela Dias afirmou que “Raquel sempre foi preta. Ela era branca pela nossa incapacidade social naquele momento de perceber e de dar esse protagonismo”.

Ao trazer essas discussões para o horário nobre, “Vale Tudo” contribui para o debate sobre o racismo estrutural no Brasil. A novela expõe como atitudes e falas aparentemente “normais” podem perpetuar preconceitos e desigualdades.

A fala de Odete Roitman em “Vale Tudo” serve como um espelho para a sociedade brasileira, revelando o racismo velado que ainda persiste em muitos setores. Ao expor essas questões na teledramaturgia, a novela convida o público a refletir sobre seus próprios preconceitos e o papel que cada um desempenha na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

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Fonte: OFuxico

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