O Banco Central apontou, nesta sexta-feira (30), que as estatais federais registraram déficit de R$ 2,73 bilhões em 2025. O número é o maior da série histórica iniciada em 2002 pela autarquia, ou seja, em 23 anos.
De acordo com as informações, divulgadas no relatório estatísticas fiscais que analisou os quatro primeiros meses do ano, o saldo negativo é de 62,8% se comparado ao mesmo período de 2024.
Os dados do BC mostram que, durante o terceiro mandato de Lula como presidente, em todos os quatro primeiros meses do ano as estatais federais registraram déficit: R$ 1,842 bilhão em 2023, R$ 1,678 bilhão em 2024 e R$ 2,73 bilhões em 2025.
Só em abril, o déficit foi de R$ 1,4 bilhão, também o pior resultado da série histórica para o mês.
Os números podem variar com os do governo devido às metodologias utilizadas pelo BC e pelo Tesouro.
Enquanto a autoridade monetária utiliza a abordagem “abaixo da linha”, que contabiliza o financiamento do déficit (variação da dívida), o Tesouro Nacional adota o critério “acima da linha”, que registra receitas e despesas diretamente pelo fluxo de caixa.
O BC não tem acesso a esses dados completos e faz um comparativo entre os anos para determinar a variação do nível de endividamento das empresas estatais ao longo do tempo.
Por isso, segundo a ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, há empresas que possuem déficit no BC, mas na realidade tiveram superávit.
Outro motivo de discrepância, segundo a chefe da pasta, é que a autoridade monetária contabiliza menos estatais que as 19 monitoradas pelo governo.
“Se você procurar qualquer empresa privada, ninguém conhece o déficit, porque essa contabilidade só faz sentido na lógica fiscal, que é pegar exclusivamente as receitas daquele ano contra as despesas daquele ano”, afirmou Dweck em 23 de abril.