O visual tecnológico, os aromatizantes doces e variados, além de um cheiro bem mais agradável que o cigarro comum tornam o vape mais atraente ao público, especialmente entre os jovens. No entanto, por trás do aspecto moderno, está o mesmo problema. Geralmente, a concentração de nicotina nos cigarros eletrônicos é bem superior ao cigarro tradicional, aumentando o risco de dependência.
“O uso do vape, além de causar doenças pulmonares e cardiovasculares, pode agravar condições pré-existentes, como asma e bronquite. Pacientes portadores de qualquer pneumopatia crônica terão a doença ou seus sintomas agravados”, explica o pneumologista Elie Fiss, da clínica Alta Diagnósticos.
O vape funciona através da vaporização de um líquido aromatizado. Quando o processo de aquecimento acontece, substâncias perigosas como formaldeído, acroleína, hidrocarbonetos aromáticos e benzaldeído são formadas e inaladas pelo consumidor. Metais pesados como chumbo e níquel também podem estar presentes na mistura.
Apesar de não queimarem tabaco, os cigarros eletrônicos também colocam a saúde em risco, com destaque para casos de EVALI, uma lesão pulmonar aguda relacionada ao vape que pode surgir de forma súbita e grave. O risco é especialmente alto em produtos com tetrahidrocanabinol (THC) na fórmula.
Problemas de saúde relacionados ao uso prolongado de vape
Doenças pulmonares crônicas: são comuns casos que incluem bronquite crônica e enfisema, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e fibrose pulmonar.
Problemas cardiovasculares: o consumo frequente causa aumento da pressão arterial e frequência cardíaca, maior risco de infarto do miocárdio e AVC e danos nos vasos sanguíneos.
Efeitos neurológicos: usar vape por muito tempo causa dependência da nicotina, alterações no cérebro em desenvolvimento, aumento da ansiedade e irritabilidade.
Risco de câncer: a exposição a substâncias presentes no vape podem levar ao desenvolvimento de cânceres.
Doença pulmonar associada ao uso de produtos de cigarro eletrônico (EVALI, em inglês): lesão pulmonar causada pelas substâncias contidas no vape e que pode deixar sequelas permanentes.
Nos cigarros tradicionais, a queima do tabaco gera uma fumaça rica em compostos extremamente nocivos, como monóxido de carbono e alcatrão. Isso contribui diretamente para doenças como câncer de pulmão, DPOC e problemas cardiovasculares.
“Em relação à dependência, ambos os dispositivos são altamente viciantes devido à presença de nicotina, mas os cigarros eletrônicos podem facilitar a entrega de doses mais elevadas e rápidas da substância, potencializando o risco de dependência, especialmente entre jovens”, alerta o pneumologista Fabrício Sanches, do Hospital Santa Lúcia, em Brasília.
Para não correr riscos, o ideal é evitar fumar vapes e ter contato com a fumaça do dispositivo
Como prevenir
Parece óbvio, mas a melhor prevenção para não ser acometido pelos problemas causados pelos cigarros eletrônicos é, justamente, não fumar. Usuários devem ficar atentos a qualquer sintoma respiratório e procurar acompanhamento médico com frequência.
“O consumidor de vape deve fazer os exames radiológicos e de função pulmonar regularmente e procurar o pneumologista ao menor sintoma de tosse, secreção pulmonar, chiado no peito ou falta de ar”, recomenda Fiss.
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