Uma advogada lotada no Governo do Acre relatou há pouco ter sido vítima de um colega que trabalha na mesma repartição pública que ela, o comissionado José Ricardo Lima, pivô de um escândalo que pode ter lesado outros cidadãos em Rio Branco. As declarações da advogada (veja abaixo), que está sob medicação e se esforça para provar inocência, vieram logo após a reportagem-denúncia divulgada na manhã desta terça-feira por oseringal, segundo a qual o servidor da Secretaria de Ciência e Tecnologia apresentou uma procuração pública em nome dela para representar uma cliente, recebeu R$ 2.7 mil por serviços não prestados e acabou desmentido pela Defensoria Pública. Um caso típico de charlatanismo, acredita.
José é denunciado por exercício ilegal da profissão e estelionato, com queixa-crime na delegacia de polícia.
Reveja mais abaixo a íntegra da matéria.
Oseringal – Como a senhora conheceu o José Ricardo?
Advogada – Certa vez, creio que foi em março do ano passado, ele perguntou quando e cobrava para fazer um protocolo. Não cobrei, pois eu tinha acabado de entrar na Seict e acreditei que ele seria advogado também. Fiz com minha assinatura digital. Passou um tempo ele me pediu outro favor. Eu disse que sim, mas jamais imaginei que as coisas chegariam nesse nível. Acredito que foi dessa forma que ele conseguiu meus dados. Essa última (procuração) não está no meu papel timbrado. O que ele fez com essa moça eu não tive conhecimento. Quando eu soube, na sexta-feira, busquei explicação dele na mesma hora. Já pedi providências na OAB também. Eu choro toda vez que esse assunto me vem á mente.
Não existe relação. Não pisei mais lá (pausa para choro). Estou dando expediente em tele trabalho. Cortei relações com o Ricardo. Reiterei que ele está proibido de se referi á minha pessoa e usar meu nome por qualquer motivos. Eu não compactuo com isso, tenho uma imagem, uma reputação, sou mãe e jamais recebi um centavo indevidamente.
Nota da redação
A OAB avalia a queixa que, como consequência, pode proibir José Ricardo de obter registro profissional.
A Secretaria de Governo, informada sobre o caso, comunicou que apóia a investigação, inclusive no âmbito da polícia Civil, entende haver motivos para a exoneração do servidor mas não confirmou quais medidas está adotando.