O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira (26/5) que o contribuinte brasileiro acabou sendo prejudicado por pessoas que fizeram do lobby “a sua profissão de fé”. Ele fez o comentário ao rechaçar as críticas ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que afirmou ter sido “injustamente atacado” por muitos anos.
“Falava-se muito da caixa preta do BNDES e hoje a gente descobriu uma caixa preta no Orçamento federal de R$ 800 bilhões de renúncia fiscal”, disse Haddad em discurso de abertura do evento em comemoração do Dia da Indústria, na sede do BNDES, no Rio de Janeiro. “Ao invés de oferecer uma alíquota média de tributos menor para todo mundo, a gente resolve escolher lá no Orçamento os campeões nacionais que levam o grosso do Orçamento”.
“Aquele que paga imposto fica prejudicado por aquele que fez do lobby a sua profissão de fé”, completou.
Em seguida, ele elogiou o BNDES, hoje presidido por Aloizio Mercadante. Segundo Haddad, o banco público está “mostrando a competência e a transparência que sempre teve em proveito do empresário brasileiro”.
“Penso que o presidente Mercadante tem dado ao BNDES um toque de muita engenhosidade, no sentido de recuperar, com instrumentos novos, a capacidade de fomentar a indústria no nosso país, o emprego industrial e assim por diante”.
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad
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Os ministros Fernando Haddad e Simone Tebet
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Haddad e Tebet
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Entrevista coletiva
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O titular da Fazenda ainda salientou que, ao olhar para as contas públicas, foi percebido que muita despesa foi contratada sem fonte de financiamento, na forma de subsídios.
“Temos que compreender que temos que honrar os compromissos assumidos pelo Congresso, muitos deles compromissos constitucionais, e nós estamos fazendo isso da melhor maneira possível, tentando virar a página de um déficit primário estrutural de 2% do PIB”, pontuou.
Segundo ele, esse déficit herdado pelo governo Lula (PT) exige um trabalho conjunto com o Congresso Nacional “no sentido de estabilizar o Orçamento e criar as condições macroeconômicas para a indústria voltar a se desenvolver”.
Alta do IOF
As declarações de Haddad foram dadas em um momento em que o ministro está no centro do debate público, em razão da recente alta nas alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), tributo que incide sobre operações de crédito, câmbio e seguro.
Sobre o impacto do aumento do IOF na indústria, Haddad comparou o aumento tributário à elevação da Selic, a taxa básica de juros. Na resposta, ele se limitou a dizer que o movimento “é igual”. “Quando sobe a Selic, aumenta o custo do crédito. É igual”, afirmou.
Fonte: Metrópoles