A FOMO é uma gíria em inglês que significa “Fear of Missing Out”, traduzida para o português como “medo de ficar de fora”. Esse tema, bastante atual, tem gerado discussões na internet, especialmente devido à influência das redes sociais. Para esclarecer o assunto, o portal LeoDias contou com a participação da psicóloga clínica Rosimar Ferraz, que fez um importante alerta sobre o tema.
Nos últimos dias, a cantora Tati Quebra Barraco divertiu os internautas ao perguntar do que se tratava essa expressão, brincando: “Que p**** é FOMO? Não consigo acompanhar vocês, ainda estava aprendendo o que é hiperfoco.” Acompanhe e entenda mais sobre o assunto!
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Ao pesquisar sobre o tema, entendemos que a F.O.M.O. se refere a um sentimento de ansiedade e apreensão por estar perdendo informações, eventos ou experiências importantes — geralmente causado pelo uso excessivo das redes sociais.
“De uma forma bem simplificada, é uma síndrome (apesar de não estar catalogada com um CID), mas podemos associar aos CIDs que estão ligados aos transtornos de ansiedade”, explicou a psicóloga.
A especialista também destacou que essa abstinência digital pode ser grave e causar consequências importantes na vida de quem sofre com esse tipo de ansiedade.
“Na prática, é o medo de perder algo, e isso gera uma ansiedade terrível. Como por exemplo, pessoas que sentem medo de não estarem conectadas às redes sociais (em casos extremos, algumas crianças sofrem de abstinência) quando os pais não seguem protocolos específicos para o cuidado e desmame. Já soube de casos de adolescentes que se mutilaram, pois o castigo foi a retirada do celular”, relatou.
Tratamento
Não existe uma “cura” definitiva para o FOMO, mas há diversas estratégias que ajudam a tratar e reduzir o impacto desse sentimento. Entre as formas de lidar com esse problema está a redução do uso das redes, limitando o tempo de acesso e evitando comparações com os outros.
“Quanto à cura. Acredito que toda síndrome ou doença na parte psíquica da saúde mental tem uma forma de ser tratada de forma multidisciplinar, com ajuda da psiquiatria (medicamentos), psicologia (terapias), mudanças de hábitos, suporte da rede de apoio — familiar, amigos e escola. E penso que uma campanha educativa, trazendo mais esclarecimentos, ajudaria muito também”, disse a psicóloga.
De acordo com Rosimar, profissionais podem ajudar quem sofre com FOMO a encontrar um propósito sem a necessidade de se comparar ou buscar nas redes sociais formas de autoafirmação ou felicidade existencial. Para ela, “o mundo virtual é um mundo de fantasia” e pode ser “adoecedor” se não for utilizado de maneira saudável.
Rosimar Ferraz é psicóloga clínica, pós-graduada em Psicodrama e terapeuta de família no Rio de Janeiro. A profissional, de 63 anos, atua na área desde 2004. CRP 05/3056.
Em casos de ansiedade ou crises relacionadas à saúde mental, é possível buscar ajuda gratuita. O Centro de Valorização da Vida (CVV) oferece apoio emocional pelo telefone 188, disponível 24 horas por dia. Outra opção é o Disque 196, serviço do SUS voltado para o atendimento em saúde mental.
Fonte: Portal LEODIAS