Em tempos de televisão cada vez mais pautada pela gritaria e pouca profundidade, o novo “Sem Censura” da TV Cultura surge como um ponto fora da curva — e, felizmente, um ponto alto. Sob o comando de Cissa Guimarães, o programa revive sua essência original e atualiza sua relevância, provando que é possível unir inteligência, diversidade e leveza na mesma roda de conversa.
Cissa é o tipo de apresentadora que entende o seu papel: não monopoliza, não se coloca acima dos convidados, mas também não se apaga. Ela media com graça, firmeza e, acima de tudo, escuta. Isso faz toda a diferença em um formato onde o que importa, de fato, é a conversa.
E que conversas. O “Sem Censura” se mantém fiel ao seu DNA: temas atuais, convidados relevantes, pluralidade de vozes e um timing sempre certeiro. A mistura de personalidades populares com figuras mais intelectuais não soa forçada — soa natural, como a vida é. E isso reflete na experiência do público, que assiste a um programa com substância, sem pedantismo.
A bancada também merece aplausos. Diversa, interessante e viva. Não é sobre forçar opiniões distintas para gerar atrito; é sobre colocar diferentes olhares no mesmo espaço e permitir que eles dialoguem. Parece simples, mas é raro.
E há ainda os especiais: programas como os dedicados a Paulo Gustavo, Ney Matogrosso ou ao Carnaval mostram sensibilidade editorial. São homenagens à altura dos homenageados, com emoção na medida certa e respeito à cultura popular.
O novo “Sem Censura” é, em resumo, uma aula de como fazer televisão pública de qualidade, sem subestimar a audiência. Num cenário em que muitos falam, mas poucos realmente dizem algo, o programa se destaca por ouvir, refletir e, sobretudo, confiar na inteligência de quem está do outro lado da tela. A TV Cultura acerta. E acerta em cheio.
Fonte: Portal LEODIAS