O PIB cresceu 1,4% no primeiro trimestre de 2025. O resultado mantém o ritmo acelerado da atividade econômica no Brasil, puxado pelo agronegócio.
Os primeiros três meses do ano evidenciaram o quão dinâmico é o agronegócio brasileiro. Na comparação com o último trimestre do ano passado, o setor cresceu 12,2%.
Sem o resultado do agro, a variação trimestral do PIB teria sido de 0,9%.
O salto é fruto do início do que se espera que seja uma safra recorde no campo brasileiro. Também ajudou no resultado a forte seca que diminuiu a produção no fim do ano passado, comprimindo a base de comparação.
O setor de Serviços também contribuiu pro resultado do PIB (+0,3%), enquanto a Indústria registrou leve queda (-0,1%).
Já pelo lado da demanda, o Consumo das Famílias continua aquecido, com aumento de um por cento. E a Formação Bruta de Capital Fixo — que mede os investimentos produtivos — subiu 3,1%.
Esse tipo de gasto é considerado essencial para aumentar o PIB potencial do Brasil, que é uma estimativa sobre o quanto a economia do país consegue crescer sem pressionar a inflação.
“Sempre que a gente tem um aumento do investimento, há uma possibilidade do PIB potencial. Agora, o crescimento da Formação Bruta de Capital Fixo não é algo que vemos em todos trimestres. Essa volatilidade acaba não ajudando”, afirma Marcela Kawauti, economista-chefe da Lifetime Investimentos.
O aumento do PIB do primeiro trimestre do ano dá um alívio pro noticiário negativo que tomou o Palácio do Planalto nas últimas semanas. De quebra, a safra forte pode contribuir, ainda, para diminuir o preço dos alimentos no mercado doméstico. Um dos pontos mais sensíveis para popularidade do governo Lula.
“Esse aumento da safra pode ajudar principalmente nos alimentos que não são commodities, como legumes, frutas, hortaliças. Agora, isso pode ser compensado pelos alimentos que têm seu preço dolarizado”, avalia Kawauti.
Apesar do resultado positivo, a agência de risco Moody’s rebaixou nesta sexta-feira (30) a perspectiva para os investimentos no Brasil. Antes, a previsão era “favorável”. Agora, estável. A nota de investimento, entretanto, se manteve a mesma.