O corregedor-geral de Polícia Civil, delegado Tiago Fernandes, mandou libertar o policial Fábio Caldeira, marido da delegada Elenice Frez e autor de dois disparos que mataram o dependente químico Francisco Rui Costa, de 55 anos, na manhã deste sábado.
A soltura foi confirmada às 19:30h. Não houve audiência de custódia, tampouco flagrante, apesar de o policial ter sido preso no momento do crime. Fábio e Francisco Rui eram vizinhos e tiveram intensa discussão antes de o policial sacar a arma e atirar.
O corregedor entendeu que Fábio agiu “em legítima defesa”, e esta compreensão, segundo apurou a reportagem, foi possível após o delegado avaliar imagens de segurança de uma residência da Rua Almirante Jaciguaia, no Bairro Izaura parente, em Rio Branco, onde o crime ocorreu por volta de 10:30h.
À imprensa, o delegado afirmou apenas que o policial juntava entulhos quando Francisco Rui teria se aproximado empunhando uma tesoura. Segundo os investigadores com os quais a reportagem conversou, o policial teria pedido para que a vítima soltasse a tesoura, o que não ocorreu. O corregedor informou que “não poderia” fornecer à imprensa as imagens que chegaram até ele como prova da alegada legítima defesa.
Um familiar da vítima apresentou aos jornalistas a versão de que o policial teria invadido a casa antes de atirar cinco vezes.
Fábio Caldeira aguardará em liberdade a conclusão do inquérito e a menos que seja pedida seu afastamento ele poderá desempenhar sua função pública normalmente.
Nota da redação
Muito ao contrário do que decidiu o corregedor nesse episódio, toda imagens de monitoramento eletrônico é divulgada para facilitar a compreensão da polícia e da sociedade diante de ocorrências envolvendo mortes ou não. É estranho que a Polícia Civil se negue a fornecer à imprensa o vídeo, o que não ocorreria, certamente, se na cena do crime estivessem pessoas comuns. O desgaste, as suspeitas e a repercussão negativa vão pra conta das instituição que, por obrigação, deve zela por transparência e imparcialidade.