O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) mostra que a economia brasileira cresceu 1,3% no primeiro trimestre. Os dados foram divulgados pelo Banco Central (BC) nesta segunda-feira (19/5).
Com isso, o indicador mostrou uma aceleração da atividade econômica do país. No quarto trimestre do ano passado, o IBC-Br avançou um pouco menos, registrando crescimento de 0,5% no período.
Para chegar ao resultado, o BC fez um ajuste sazonal — ou seja, um cálculo que remove as flutuações sazonais de uma série temporal para comparar períodos diferentes. Neste caso, a comparação foi feita com o quatro trimestre de 2024.
Entenda o IBC-Br, considerado a prévia do PIB
- O indicador é considerado uma prévia do Produto Interno Bruto.
- O IBC-Br incorpora estimativas de crescimento para os setores agropecuário, industrial e de serviços. O cálculo é feito com ajuste sazonal, o que permite comparar períodos diferentes.
- IBC-Br é uma das ferramentas usadas pelo Banco Central para definir a taxa básica de juros do país, a Selic.
- PIB é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país.
- Uma alta significa que a economia está crescendo em ritmo bom, enquanto um recuo implica encolhimento da produção econômica da nação.
Por setores produtivos, a agropecuária teve melhor desempenho no trimestre, com incremento de 6,1% na economia brasileira. Na sequência, estão a indústria (1,6%) e os serviços (0,7%).
André Valério, economista sênior do Inter, explica que os dados mostram que, apesar de sinais de arrefecimento na margem, “a economia brasileira ainda está aquecida em momento em que se discute o fim do ciclo de alta na taxa de juros”.
Para o banco, a expectativa é que o PIB do 1º trimestre seja”robusto”, mais próximo de 1%. Segundo Valério, tal desempenho deve manter o Comitê de Política Monetária (Copom) em “modo de cautela” na condução da política monetária.
“Entretanto, essa alta será muito influenciada pelo agronegócio, um componente típico da oferta, e esperamos que a política monetária restritiva, que deverá permanecer assim por todo o ano, desacelere a economia brasileira ao longo dos próximos trimestres, fazendo com que o PIB cresça em torno de 1,5% esse ano”, avaliou o economista.
Prévia do PIB em março
Em março, o IBC-Br subiu 0,8% e voltou a acelerar em relação a fevereiro, quando registrou alta de 0,4%.
No recorte dos setores produtivos, o resultado da indústria teve a melhor variação, com alta de 2,1%. Os setores da agropecuária (1%) e de serviços (0,3%) também tiveram saldo positivo no mês.
Na comparação com março do ano passado, o IBC-Br teve alta de 3,5%. Em 12 meses até março, o indicador do BC apresentou aumento de 4,2%. No primeiro trimestre, a “prévia do PIB” teve crescimento de 3,7% frente ao mesmo período de 2024.
Todas as variações foram calculadas sem ajustes sazonais.
PIB deve desacelerar em 2025
Economistas alertam para a desaceleração da economia brasileira neste ano devido aos juros altos e ao atual patamar da inflação — fatores que seguem assombrando a equipe do presidente Lula (PT).
Para o Banco Central, a economia brasileira deve expandir 1,9% neste ano. Enquanto os analistas do mercado financeiro ouvidos semanalmente pelo BC, no relatório Focus, projetam que o PIB crescerá 2,02% em 2025 e 1,70% em 2026.
Fonte: Metrópoles