As investigações do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) mostram que traficantes, alvos de mandados de prisão e busca e apreensão neste sábado (31) na comunidade da Rocinha, estão envolvidos em mais de mil mortes ordenadas do Rio e cometidas no Ceará.
“Há indícios de que mais de mil homicídios tenham sido ordenados do Rio para aquele estado (CE) ao longo dos últimos dois anos. Todo o trabalho está sendo monitorado em tempo real”, disse o procurador-geral de Justiça, Antonio José Campos Moreira.
Neste sábado, forças de segurança do Rio e do Ceará com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ) realizam uma operação na favela da Rocinha, no bairro de São Conrado, zona sul da capital, para desarticular uma aliança criminosa que, a partir do território fluminense, tem comandado a criminalidade no estado nordestino.
O Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO/MPCE), identificou que integrantes da facção criminosa Comando Vermelho do Ceará estão escondidos na Rocinha. Ao todo, foram expedidos 29 mandados de prisão e 14 de busca e apreensão, incluindo
o sequestro de bens dos investigados.
De acordo com o Ministério Público, mesmo à distância, os investigados continuavam coordenando remotamente práticas criminosas, como tráfico de drogas e execuções no estado nordestino.
Durante o planejamento da operação deste sábado, os setores de inteligência do MPRJ e da Polícia Militar detectaram a presença de homens fortemente armados — com cerca de 70 fuzis — na localidade que teria sido arrendada pelos alvos dos mandados.
A polícia ainda não divulgou o balanço de prisões realizadas durante a ação. Até o momento, armas foram apreendidas, incluindo, quatro fuzis.
O clima é tenso na comunidade que é a maior e mais populosa do país, segundo o IBGE. A Rocinha também é conhecida por ser reduto do Comando Vermelho no Estado.
Na madrugada, houve registros de tiroteios na região com um policial baleado no pescoço. Ele não corre risco de morte.