Wagner Moura recebeu o prêmio de melhor ator no Festival de Cannes deste ano por sua atuação no filme O Agente Secreto, dirigido por Kleber Mendonça Filho. Essa conquista marca a primeira vez que um intérprete brasileiro vence na categoria de atuação masculina na seleção principal do evento francês.
Reconhecimento em performance solo
O personagem interpretado por Moura é um cientista que passa a ser vigiado após contrariar interesses poderosos. Ambientada em 1977, a história apresenta um contexto social tenso, situado no Recife, em plena época de repressão política. O longa trabalha a relação entre memória, perseguição e resistência.
A recepção do público no festival já indicava o destaque da obra. Após a exibição, o filme recebeu cerca de 15 minutos de aplausos, conforme relatou a repórter Jada Yuan, do Washington Post.
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Sobre o longa e seu impacto
Kleber Mendonça Filho teve uma jornada marcante no 78º Festival de Cannes. O diretor recebeu o Prêmio da Crítica, concedido pela Fipresci (Federação Internacional de Imprensa Cinematográfica), e também o Prix des Cinémas d’Art et Essai, dado por exibidores de cinema focados em produções autorais.
Reconhecimento da crítica e do mercado
A conquista da Fipresci marca um reconhecimento de peso, considerando o histórico do cineasta. Kleber atuou como repórter e crítico nas décadas de 1990 e 2000 antes de migrar para a direção. Além disso, o segundo prêmio, oferecido por salas especializadas em cinema de arte, destaca o apelo do filme para um público interessado em produções fora do circuito comercial.
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Durante a cerimônia, Kleber fez um breve discurso:
“Na verdade, aconteceram duas coisas hoje à tarde. Eu ganhei o prêmio da FIPRESCI, durante 13 anos da minha vida eu dediquei a escrever. E também ganhei o prêmio da Associação Francesa de Salas de Cinema Independente e eu ainda sou um curador de sala independente fora do circuito cinematográfico. Depois de uma semana tão intensa, eu tô muito feliz”, declarou.
Sobre o filme “O Agente Secreto”
A trama de “O Agente Secreto” se passa em 1977, durante o período da ditadura militar no Brasil. O ator Wagner Moura interpreta um cientista que lidera um laboratório em uma universidade pública no estado de Pernambuco. Após contrariar interesses de uma empresa ligada ao setor energético, ele se torna alvo de perseguição.
O protagonista busca abrigo em uma pensão que acolhe refugiados, enquanto tenta deixar o país com seu filho. Ao longo da jornada, conta com a ajuda do sogro, que trabalha como projecionista, e de uma rede de resistência liderada por Elsa, personagem vivida por Maria Fernanda Cândido.
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Fonte: OFuxico