Há alguns meses, a comunidade científica tem discutido sobre os benefícios dos medicamentos para perda de peso, como o Wegovy e o Mounjaro, em outras partes da saúde para além do controle da diabetes e o emagrecimento de pacientes obesos.
Foi constatado que o Wegovy tem, sim, impacto na saúde do coração, mas não estava claro se os benefícios eram resultantes do emagrecimento ou se o medicamento atuava diretamente no funcionamento do órgão.
Uma pesquisa apresentada no Congresso Europeu de Obesidade (ECO), que acontece na Espanha, mostra que a ação acontece antes mesmo da perda de peso. Segundo o levantamento, nos três primeiros meses de tratamento, uma dose de 2,4 mg de semaglutida foi capaz de reduzir em 37% o risco de morte cardiovascular, infarto e AVCs não fatais.
Com seis meses de tratamento, o risco de morte por doença do coração foi reduzido em 50%, e o risco de hospitalização ou uso de serviço de emergência por insuficiência cardíaca ou morte por doença do coração foi reduzido em 59%.
O estudo foi feito com 17,604 adultos com sobrepeso ou obesidade e doença cardiovascular, mas sem diabetes, de 41 países. Os participantes foram comparados com um grupo que tomou placebo.
A Novo Nordisk, farmacêutica dinamarquesa que produz o Ozempic e o Wegovy a partir da semaglutida, sugere que, como os benefícios foram percebidos logo no início do tratamento, antes de uma perda de peso efetiva, a proteção da saúde cardiovascular “possivelmente” está ligada a uma ação da molécula.
“Os novos achados do estudo Select revelam um avanço importante na forma como entendemos o impacto da semaglutida 2,4 mg na saúde cardiovascular de pessoas que vivem com obesidade”, explica Marcela Caselato, diretora da área médica da Novo Nordisk, em nota enviada ao Metrópoles.
“Esses dados reforçam que a proteção cardiovascular promovida pela semaglutida 2,4 mg é em grande parte independente da perda de peso: ela é precoce, consistente, transformadora e ligada a ações diretas da molécula semaglutida. Para os pacientes, para os profissionais de saúde e para a sociedade como um todo, esse é um marco”, completa.
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Fonte: Metrópoles