Donald Trump ordenou ataques às instalações nucleares do Irã no último sábado (21), alegando ter concluído uma operação “muito bem-sucedida” contra os complexos de Fordow, Natanz e Isfahan.
Segundo Priscila Yazbek, correspondente da CNN, Trump teria autorizado o ataque devido ao fenômeno conhecido como “Fomo” (Fear of Missing Out), que pode ser traduzido como “medo de ficar de fora”.
Ela sugere que o líder americano estava ansioso para não perder a oportunidade de participar da ofensiva contra o Irã e receber crédito por uma operação considerada bem-sucedida, especialmente após ações realizadas por Israel.
Padrão de comportamento e limitações diplomáticas
A correspondente da CNN destaca que essa ação reflete um padrão de comportamento de Trump, que frequentemente acredita ser capaz de solucionar questões complexas baseando-se em sua experiência como negociador imobiliário.
No entanto, Yazbek ressalta que as tentativas de negociações diplomáticas de Trump não têm sido bem-sucedidas, evidenciando suas limitações nessa área.
Críticas também foram direcionadas a Steve Witkoff, enviado especial de Trump, cuja falta de experiência diplomática tem sido questionada por muitos especialistas.
Essa situação, segundo Yazbek, afeta a visão americana sobre as possibilidades de acordos e falha em alertar Trump sobre os riscos de tais intervenções.
Eficácia do ataque contra o Irã
Priscila Yazbek pondera que há debates sobre a real eficácia do ataque dos EUA contra o Irã.
Citando Rafael Grossi, da Agência Internacional de Energia Atômica, a correspondente indicou que, embora possa ter havido algum dano, é exagerado falar em “obliteração” do programa nuclear iraniano.
Em briefings realizados no Senado e na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, a oposição argumenta que está longe de se poder afirmar que o programa nuclear do Irã foi neutralizado.
Yazbek alerta por fim que tais interferências externas em conflitos podem, a médio prazo, agravar a situação, mesmo que o Irã pareça momentaneamente enfraquecido.