Ata do Copom é divulgada nesta terça. Confira os recados do BC

O Banco Central (BC) divulga, nesta terça-feira (24/6), a ata referente à reunião de junho do Comitê de Política Monetária (Copom). No documento, o comitê explicará os motivos que levaram à sétima alta seguida da taxa básica de juros, que subiu para 15% ao ano.

A atual taxa Selic é a mais elevada em quase 20 anos. De acordo com a série histórica, a taxa de juros é a maior desde julho de 2006, época do fim do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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O aumento não foi uma surpresa, mas o mercado financeiro estava dividido. Isso porque uma parte apostava em uma alta de 0,25 ponto percentual e outra parte no fim do ciclo de aumento dos juros — o que acabou não se concretizando.

Aumento dos juros

A decisão de prolongar o ciclo de aperto monetário (aumento de juros) para sete meses consecutivos foi unânime, ou seja, contou com a aprovação dos oito diretores e do presidente do BC, Gabriel Galípolo.

Para o Copom, a decisão foi “compatível” com a estratégia de convergência da inflação à meta. O colegiado também antecipou uma interrupção no ciclo de alta dos juros na próxima reunião para “examinar os impactos acumulados do ajuste já realizado”.

A diretoria do BC ainda indicou que, depois de pôr fim ao aperto monetário, avaliará se o nível da taxa de juros seria “suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta”, que neste ano é de 3% com intervalo de tolerância de 1,5 ponto (4,5% e 1,5%).

“O comitê enfatiza que seguirá vigilante, que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que não hesitará em prosseguir no ciclo de ajuste caso julgue apropriado”, ressaltou o Copom em comunicado após a reunião.

Entenda a situação dos juros no Brasil

  • A taxa Selic é o principal instrumento de controle da inflação.
  • Os integrantes do Copom são responsáveis por decidir se vão cortar, manter ou elevar a taxa Selic. Uma vez que a missão do BC é controlar o avanço dos preços de bens e serviços do país.
  • Ao aumentar os juros, a consequência esperada é a redução do consumo e dos investimentos no país.
  • Dessa forma, o crédito fica mais caro e a atividade econômica tende a desaquecer, provocando queda de preços para consumidores e produtores. A inflação dos alimentos tem sido a pedra no sapato do presidente Lula (PT).
  • Projeções mais recentes mostram que o mercado desacredita em um cenário em que a taxa de juros volte a ficar abaixo de dois dígitos durante o governo Lula (PT) e do mandato de Galípolo à frente do BC.
  • A próxima reunião do Copom está prevista para os dias 29 e 30 de julho.

Os recados do Copom

No comunicado divulgado após a reunião da última quarta-feira (18/6), o Copom não deu pistas sobre a próxima reunião, mas deixou alguns recados sobre a condução da política fiscal, política monetária e cenário da inflação no país.

1. Fim do ciclo de aumento dos juros

Um dos tópicos presentes no comunicado é a antecipação do fim da sequência de alta dos juros. O Copom indicou que pretende encerrar o ciclo de aperto monetário para analisar os efeitos causados pelos aumentos da taxa Selic.

“Em se confirmando o cenário esperado, o Comitê antecipa uma interrupção no ciclo de alta de juros para examinar os impactos acumulados do ajuste já realizado, ainda por serem observados, e então avaliar se o nível corrente da taxa de juros, considerando a sua manutenção por período bastante prolongado, é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta”, diz.

No entanto, não descarta a possibilidade de prosseguir com o ciclo de ajustes “caso julgue apropriado”.

2. Juros em patamar restritivo por “período bastante prolongado”

O Banco Central frisou que, para garantir a convergência da inflação à meta em meio a expectativas desancoradas, é preciso manter a taxa Selic em “patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado”.

“O cenário segue sendo marcado por expectativas desancoradas, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho”, explica o Copom em trecho do comunicado.

Além disso, o comitê informou que acompanha “com atenção” como o desenvolvimento da política fiscal — por parte do governo federal — impacta a condução da política monetária e dos ativos financeiros.

Segundo a diretoria do BC, o aumento de 0,25 ponto é “compatível” e não prejudica a estabilidade de preços.

3. Ambiente externo “adverso” exige cautela

O Copom também citou o ambiente externo como uma das razões para decidir aumentar os juros. Para o BC, o cenário segue exigindo cautela por parte de países emergentes no que chamou de “ambiente de acirramento da tensão geopolítica”.

No comunicado, o comitê considerou o cenário internacional como “adverso” e “particularmente incerto” devido à conjuntura e política econômica dos Estados Unidos, com destaque para a condução das políticas comercial e fiscal e respectivos efeitos.

Imagem colorida das datas das reuniões e atas do Copom em 2025 - Metrópoles



Fonte: Metrópoles

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