O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, afirmou nesta segunda-feira (2) que ainda não há consenso entre os diretores da autoridade monetária sobre o fim do ciclo atual de alta da Selic, a taxa básica de juros do país.
“Estamos ainda discutindo o ciclo de alta, o que vamos tomar de decisão. A flexibilidade significa que nós estamos abertos a chegar na próxima reunião para tomar essa decisão sobre o que fazer”, disse Galípolo em evento do Centro de Debates de Políticas Públicas (CDPP).
O presidente da autarquia ressaltou que em nenhum momento o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC havia previamente determinado qual seria a taxa de juros terminal.
Hoje, a Selic está em 14,75% ao ano, o patamar mais elevado em quase 20 anos.
O presidente do BC reconheceu que a taxa está contracionista, mas afirmou que há margem novas altas e que os diretores ainda têm espaço para discutir se ela está restritiva o suficiente ou não.
“Podemos discutir se ela está contracionista o suficiente ou não, e por isso que a gente tem preservado a nossa flexibilidade, para poder consumir os dados e poder seguir nessa calibragem de qual é a taxa de juros terminal para a gente”, pontuou.
Devido às incertezas — tanto domésticas quanto internacionais — que têm tomado conta do cenário econômico, Galípolo defendeu o uso de um tripé pela autoridade monetária: reconhecer que o momento é incerto, comunicar-se com cautela e manter a flexibilidade para as decisões.
Desse modo, defendeu que o Copom mantenha uma comunicação mais branda, focando mais em explicar e observar o cenário do que cravar qual a perspectiva para ele.
“Hoje, a recomendação é para gente tentar não se amarrar e comprometer com um tipo de guidance, criar algum tipo de atalho para ganhar credibilidade pode ser muito custoso se tiver que rever essa trajetória. Vamos conquistar credibilidade a partir de ações e falas sendo coerentes e indo na direção da meta”, indicou a autoridade.
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