O Banco Central (BC) publicou, nesta terça-feira (24/6), a ata referente à reunião de junho do Comitê de Política Monetária (Copom). No documento, o Copom avalia que o cenário externo está “adverso e particularmente incerto”.
Nesse sentido, o comitê ponderou que o conflito geopolítico no Oriente Médio — entre Irã e Israel — e as possíveis consequências sobre o mercado de petróleo “adicionam incerteza sobre o cenário externo prospectivo”. No entanto, o Copom disse que “ainda é cedo para concluir qual será a magnitude do impacto sobre a economia doméstica”.
“Ainda é cedo para concluir qual será a magnitude do impacto sobre a economia doméstica, que, por um lado, parece menos afetada pelas recentes tarifas do que outros países, mas, por outro lado, é impactada por um cenário global adverso”, ponderou.
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A guerra entre os iranianos e israelenses escalou nos últimos dias e trouxe ainda mais tensão ao Oriente Médio, com a troca de ataques e a interferência dos Estados Unidos, que atacaram instalações nucleares iranianas no fim de semana. Nesta terça-feira, foi anunciado um cessar-fogo, mas com a acusação de Israel de violação da trégua por parte do Irã, que nega.
Tarifaço e política fiscal dos EUA
Outro fator que contribui para o ambiente externo adverso, segundo o Copom, é a falta de clareza sobre qual será a trajetória fiscal adotada pelos norte-americanos “tanto na magnitude de estímulo quanto na consolidação fiscal final”.
O Banco Central afirmou que a reversão parcial do chamado “tarifaço” — aplicado pelo governo do presidente Donald Trump — contribuíram para uma melhora no cenário internacional, mas que não foi suficiente para mudar o ambiente externo.
“O comitê avaliou que houve alguns desenvolvimentos que permitiriam a conclusão de uma melhora no cenário internacional, como a reversão parcial das tarifas, mas permaneceu a visão preponderante de um cenário internacional ainda incerto e volátil”, disse.
Na ata, a cúpula do BC também informou que “segue avaliando que o choque de incerteza pode ser relevante”. De acordo com o Copom, o “cenário já tem provocado mudanças nas decisões de investimento e consumo”.
Fonte: Metrópoles