Bolsonaro e Cid voltam a se encontrar em depoimento sobre plano de golpe

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) vai se encontrar nesta segunda-feira (9) com o ex-aliado Mauro Cid presencialmente no Supremo Tribunal Federal (STF). O encontro ocorre após Cid ter delatado o ex-presidente sobre o plano de tentativa de golpe de Estado no fim de 2022.

Logo após ser preso em maio de 2023, ainda no caso da falsificação do cartão de vacinas de Bolsonaro, e depois fazer o acordo de delação premiada, não há informações públicas sobre encontro de Cid com o ex-chefe.

Mauro Cid é oficial do Exército e tem mais de 20 anos de carreira. Ele foi afastado em 2023 de suas funções militares por determinação judicial. Na gestão de Bolsonaro, Cid atuava como ajudante de ordens e era considerado o braço-direito do então presidente.

A investigação da Polícia Federal e a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) apontam Mauro Cid como um dos principais articuladores que planejava a tentativa de golpe. Esse argumento também foi usado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, para incluir o nome dele no núcleo principal da trama golpista.

 

 

Quando estava preso, o tenente-coronel Mauro Cid recebeu visitas de aliados do ex-presidente, como deputado e ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello (PL-RJ), e Fabio Wajngarten, que foi secretário de Comunicação e advogado de Bolsonaro. No entanto, não há registros sobre a visita do ex-presidente.

Na ação penal da trama golpista, Bolsonaro e Mauro Cid vão sentar na primeira fileira da sala de sessões da Primeira Turma do STF. Eles e outros seis réus, como Anderson Torres e Augusto Heleno. Por estar preso desde dezembro de 2024, Braga Netto será o único dos réus que participará do interrogatório por videoconferência.

Na delação, o tenente-coronel Mauro Cid disse que seu “mundo” era Bolsonaro e que sempre estava a serviço do Partido Liberal (PL). “O meu mundo era o presidente, o meu mundo de ação era o presidente, eu estou falando a verdade aqui”, detalha o documento que se tornou público em fevereiro deste ano.

Como colaborador, Cid declarou que foram realizadas reuniões envolvendo militares de alto escalão e integrantes do governo da época que planejavam medidas para manter Jair Bolsonaro no poder. Um dos encontros, foi debatido o “Plano Punhal Verde e Amarelo”, que previa a prisão do ministro Alexandre de Moraes e os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).

Os réus ficarão sentados e prestarão depoimentos seguindo a ordem:

  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
  • Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-chefe da Abin;
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
  • Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;
  • Jair Bolsonaro, ex-presidente;
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
  • Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa (participa por videoconferência).

Acusações

A PGR acusou os agora réus por cinco crimes. São eles: (1) tentativa de golpe de Estado, (2) organização criminosa armada, (3) tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, (4) dano qualificado e (5) deterioração de patrimônio.

No entanto, apenas Alexandre Ramagem responde por três crimes: (1) tentativa de golpe de Estado, (2) tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e (3) organização criminosa. Ele teve as acusações reduzidas após a Câmara dos Deputados sustar os crimes, por ser parlamentar.

A Primeira Turma do STF manteve as três acusações por considerar que, quando supostamente cometeu os crimes, Ramagem não era parlamentar e não tinha imunidade.

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