Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Oxford, na Inglaterra, aponta que caminhar diariamente pode reduzir significativamente o risco de desenvolver 13 tipos de câncer. A análise, publicada nessa terça-feira (3/6) no British Journal of Sports Medicine, considerou dados de aproximadamente 85 mil adultos acompanhados por cerca de seis anos.
Os voluntários usaram sensores de pulso para medir toda a atividade física praticada durante sete dias, com monitoramento posterior ao longo dos anos da incidência de câncer. Ao todo, 2.633 indivíduos foram diagnosticados com a doença no período avaliado, o que corresponde a cerca de 3% dos participantes.
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Os cientistas observaram que aqueles que caminhavam ao menos 7 mil passos por dia apresentaram uma redução de 11% no risco geral de câncer, em comparação com indivíduos que alcançavam 5 mil passos ou menos. O grupo que atingiu 9 mil passos diários mostrou risco 16% menor de desenvolver tumores.
Cânceres que tiveram redução com caminhada todo dia
- Houve redução na incidência de tumores de esôfago, fígado, pulmão, rim, estômago, endométrio, leucemia mieloide, mieloma, intestino, reto, cabeça e pescoço, bexiga e mama.
- Os resultados foram observados nas pessoas que caminhavam mais de 7 mil passos ao dia.
- Os melhores resultados protetores das atividades físicas são para os cânceres gástrico, de bexiga, de fígado, de endométrio, de pulmão e de cabeça e pescoço.
Quantidade importa mais que intensidade
A relação entre a atividade física e o câncer foi analisada com apoio de modelos de aprendizado de máquina, que classificaram os níveis de movimento em quatro categorias: comportamento sedentário, atividade leve, atividade moderada a vigorosa e total de passos por dia.
Segundo o estudo, tanto a atividade leve quanto a moderada ou vigorosa foram associadas à redução do risco, com destaque para o efeito positivo da substituição de uma hora diária de sedentarismo por qualquer uma dessas formas de movimento para cortar o risco.
Um dado relevante da análise é que o ritmo da caminhada — ou seja, a intensidade dos passos — não demonstrou associação significativa com a incidência de câncer. O fator determinante foi a quantidade total de passos acumulados diariamente.
13 tipos de câncer em foco
A investigação centrou-se em tumores já associados ao sedentarismo, incluindo cânceres de esôfago, fígado, pulmão, rim, estômago, endométrio, leucemia mieloide, mieloma, intestino, reto, cabeça e pescoço, bexiga e mama.
Entre os homens, os tipos mais diagnosticados foram os de cólon, reto e pulmão. Já entre as mulheres, os de mama, cólon, endométrio e pulmão lideraram as estatísticas.
A associação protetiva da atividade física foi mais intensa em seis tipos específicos: cânceres gástrico, de bexiga, de fígado, de endométrio, de pulmão e de cabeça e pescoço.
Nesses casos, os níveis mais altos de movimento tiveram uma relação direta com a redução mais significativa no risco de incidência. Nos demais, a atividade colaborou como um hábito saudável, juntamente com uma dieta equilibrada.
Troca do sedentarismo por movimento leve
Os pesquisadores também avaliaram o impacto da substituição dos comportamentos sedentários por outras formas de movimento. Os dados sugerem que trocar uma hora sentado por caminhada leve ou moderada reduz o risco de desenvolver câncer, ainda que discretamente.
Especificamente, a atividade leve esteve ligada à redução de 6% no risco, enquanto a moderada e vigorosa reduziu esse risco em 13%.
Por outro lado, trocar a atividade leve por outra mais intensa não trouxe benefícios adicionais. Isso reforça a ideia de que a movimentação constante, mesmo em ritmos mais suaves, é suficiente para gerar efeitos protetores contra o câncer.
“A quantidade total de movimento diário é mais importante do que a intensidade”, escreveram os autores do estudo. A análise reforça que pequenos ajustes na rotina — como caminhar mais e sentar menos — podem ter impacto relevante na saúde a longo prazo.
Benefícios da caminhada
- A caminhada é um exercício físico de baixo impacto, e pode ser praticada por praticamente qualquer pessoa.
- Ela auxilia na promoção da saúde e da qualidade de vida.
- A prática melhora a circulação sanguínea, fortalece o sistema cardiovascular, auxilia no controle do peso corporal e promove a saúde mental.
- A recomendação é praticar a atividade de três a cinco vezes por semana, pelo período de 30 a 60 minutos.
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Fonte: Metrópoles