Uma parte da comitiva de 12 políticos brasileiros que estavam em Israel deve pousar em território brasileiro nesta quarta-feira (17). Prefeitos e secretários viajaram ao país a convite do governo isarelense e se viram em meio a tensões na região após o início do conflito com o Irã na última quinta-feira (12).
Todas as autoridades foram escoltadas por forças de Israel até a fronteira com a Jordânia. De lá, eles se deslocaram para a Arábia Saudita.
Nove pessoas do grupo embarcaram em um avião particular que saiu da cidade saudita de Tabuk. A primeira parada, para abastecimento, foi na ilha espanhola Palma de Mallorca. O avião seguiu até a Ilha do Sal, em Cabo Verde, para a pernoite. Pela manhã, ele segue para João Pessoa (PB), o destino final.
Entre os políticos que compõem a comitiva, estão o prefeito de João Pessoa (PB), Cícero Lucena, e o prefeito de Belo Horizonte (MG), Álvaro Damião.
As outras três pessoas, das 12, partiram da Arábia Saudita para Doha, no Qatar, e vão tentar voos comerciais em direção ao Brasil.
Segundo o Itamaraty, outras 27 autoridades brasileiras ainda permanecem em Israel, em bunkers e abrigos, e devem deixar o país nos próximos dias.
Em nota divulgada na terça-feira (17), a Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado afirmou que está acompanhando os preparativos para a saída de mais um grupo de brasileiros, prevista para esta quarta-feira (18), por via terrestre, com posterior embarque em voos comerciais.
O grupo é formado por participantes de missões oficiais que foram organizadas e custeadas pelo governo de Israel, a convite do próprio país.
Segundo a CRE, entre os integrantes estão três representantes de Mato Grosso do Sul: Ricardo Senna, secretário-executivo de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado; Christinne Maymone, secretária-adjunta de Saúde; e Marcos Espíndola, coordenador de Tecnologia da Informação da Secretaria de Saúde.
“A operação será conduzida com apoio das embaixadas brasileiras no Oriente Médio. Por razões de segurança, detalhes logísticos e horários não foram divulgados”, diz o comunicado.
O Itamaraty só confirma a saída dos brasileiros quando há a passagem para o território da Jordânia, em razão da avaliação de risco que é feita por autoridades israelenses.
Comitiva do governo do DF segue em Israel
Quatro secretários do governo do Distrito Federal seguem em Tel Aviv, Israel, em meio ao conflito com o Irã e também devem retornar ao Brasil nos próximos dias. São eles: Thiago Costa (Segurança Pública); Marco Antônio Costa (Ciência, Tecnologia e Inovação); Rafael Bueno (Agricultura e Abastecimento); e Ana Paula Marra (Desenvolvimento Social).
O deputado distrital João Cardoso (Avante-DF) também integra a comitiva. As autoridades viajaram ao país para buscar negociações com o governo israelense.
Na última sexta-feira (13), a vice-governadora do DF, Celina Leão, solicitou apoio do governo federal para viabilizar o retorno seguro de servidores distritais que participam de missão oficial.
O deputado João Cardoso disse à CNN que as passagens que viabilizarão a volta ao território brasileiro já estão sendo providenciadas, mas que há muita procura. Ele afirmou que está bem e abrigado em um hotel com bunker, para onde se desloca quando sirenes alertam perigo de interceptações e explosões.
O parlamentar é presidente da Frente Parlamentar Católica da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) e foi a Israel em virtude de um convite do Centro Internacional de Evangelização Domus Galilaeae para conhecer os primórdios do cristianismo.
Itamaraty diz que viagem a Israel é “desaconselhada” desde 2023
O Ministério das Relações Exteriores (MRE) publicou uma nota na segunda-feira (16) para atualizar a situação dos brasileiros em Israel. Segundo a pasta, viagens “não essenciais” ao país do Oriente Médio são desaconselhadas desde 2023.
“A Embaixada do Brasil em Israel mantém, desde outubro de 2023, alerta consular que desaconselha toda viagem não essencial àquele país e recomenda, desde então, que os brasileiros e brasileiras que se encontravam em Israel considerassem deixar o país”, afirmou o Itamaraty.
O Itamaraty apontou ainda que “criminosos por mensagens de aplicativo”, estão oferecendo lugares em voos para deixar Israel e alerta aos brasileiros que o espaço aéreo do país segue fechado, sem previsão para reabertura.