A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Apostas Esportivas, conhecida como CPI das Bets, rejeitou nesta quinta-feira (12/6) o relatório final que recomendava o indiciamento de 16 pessoas, entre elas as influenciadoras Virginia Fonseca. O parecer, elaborado pela senadora Soraya Thronicke (Podemos/MS), foi derrotado por 4 votos a 3, encerrando os trabalhos da comissão sem qualquer encaminhamento oficial.
Quem votou contra
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- Angelo Coronel (PSD/BA)
Ex-relator do projeto de regulamentação das apostas esportivas no Senado, Coronel tem defendido publicamente a legalização e a regulamentação do setor como uma forma legítima de arrecadação para o Estado. Durante a votação, ele afirmou que não via elementos suficientes para justificar os indiciamentos propostos e reforçou sua visão pró-regulação das apostas online. - Eduardo Gomes (PL/TO)
Gomes criticou o relatório por incluir pedidos de indiciamento de pessoas que já estão sendo investigadas pela Justiça, o que, segundo ele, tornaria a recomendação da CPI redundante ou até mesmo um excesso. O senador também questionou a eficácia da CPI, afirmando que as autoridades competentes já estavam tomando providências. - Efraim Filho (União/PB)
Embora tenha evitado declarações mais incisivas na sessão, Efraim acompanhou o voto dos colegas contrários ao parecer. O senador tem perfil mais moderado e já manifestou preocupação com o uso político das CPIs em outros episódios. - Professora Dorinha Seabra (União/TO)
A senadora também rejeitou o relatório, embora não tenha feito falas longas durante a reunião. Ela seguiu a linha do União Brasil, que se dividiu, mas evitou o apoio a um relatório que poderia gerar consequências jurídicas a partir de uma comissão com poderes limitados.
Quem votou a favor
- Soraya Thronicke (Podemos/MS), autora do relatório
- Eduardo Girão (Novo/CE)
- Alessandro Vieira (MDB/SE)
Para Soraya, mesmo com a derrota, o trabalho da comissão foi “robusto” e suas conclusões serão enviadas a órgãos como a Procuradoria-Geral da República (PGR), o Supremo Tribunal Federal (STF) e a Polícia Federal (PF). Ela chegou a considerar uma judicialização do tema, mas recuou.
Sem apoio para prorrogação
A relatora também tentou estender o funcionamento da CPI, mas seu requerimento foi rejeitado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União/AP). Sem o parecer aprovado, a CPI das Bets encerra seus trabalhos com um resultado esvaziado, e sem responsabilização formal dos nomes investigados.
A decisão de barrar o relatório reacende o debate sobre o poder das CPIs no Brasil e o papel dos parlamentares em processos de investigação que envolvem figuras públicas e influenciadores digitais.
Fonte: Portal LEODIAS