A Quaest divulgou nesta quarta-feira (4/06) uma nova rodada de sua pesquisa de opinião pública, indicando que 57% dos eleitores brasileiros desaprovam o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O número representa o índice mais elevado de reprovação desde o início do terceiro mandato do petista. A aprovação, por sua vez, caiu para 40%, a menor registrada até o momento. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
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Os dados mostram mudanças relevantes em grupos sociais específicos. Pela primeira vez, a maioria dos católicos se posiciona de forma crítica ao governo, revertendo uma tendência anterior de apoio. No grupo dos eleitores com até o ensino fundamental, os índices de aprovação e desaprovação agora se encontram tecnicamente empatados. No Nordeste, região historicamente alinhada ao presidente, a aprovação voltou a superar a reprovação, retomando o padrão observado antes da pesquisa anterior.
A sondagem da Quaest, encomendada pela Genial Investimentos, ouviu 2.004 pessoas entre os dias 29 de maio e 1º de junho. O levantamento também mostrou estabilidade entre eleitores com menor renda — os que ganham até dois salários mínimos —, embora com leve oscilação negativa na avaliação do governo. Já entre os que têm renda mais elevada, a desaprovação ainda predomina, mas a aprovação apresentou leve crescimento dentro da margem de erro.
Em relação à economia, 48% dos entrevistados consideram que a situação piorou, uma queda em relação aos 56% da pesquisa anterior. Também houve diminuição no número de brasileiros que relataram alta nos preços, embora a percepção majoritária ainda seja de perda do poder de compra em comparação ao ano anterior. Medidas recentes, como a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda e benefícios sociais como o vale gás e descontos na conta de luz para beneficiários do CadÚnico, foram bem recebidas, segundo o instituto.
Apesar desses fatores, a percepção de escândalos envolvendo a administração federal influenciou negativamente a imagem do governo. Trinta e um por cento dos entrevistados responsabilizam a gestão Lula por desvios de recursos do INSS. Além disso, metade dos ouvidos pela pesquisa avaliam de forma negativa a decisão de manter o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) na compra de moeda estrangeira. Segundo o diretor da Quaest, Felipe Nunes, os dados apontam para um cenário de estabilidade, mas com sinais de desgaste político devido a escândalos e críticas a medidas econômicas pontuais.
Fonte: Portal LEODIAS