O crescimento no número de pessoas viciadas em jogos de azar tem preocupado especialistas da área de saúde mental. A dependência em jogos, considerada uma doença psicobiológica, pode ter consequências devastadoras na vida dos indivíduos afetados. No Sinais Vitais deste sábado (21), o dr. Roberto Kalil conversa sobre este tema com a psicóloga Maria Paula Magalhães, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, e Hermano Tavares, professor do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP.
Para identificar a dependência em jogos, especialistas utilizam os “3 Cs”: controle, confronto e caça. Estes critérios ajudam a avaliar o nível de comprometimento do indivíduo com o jogo e o impacto em sua vida cotidiana.
Sinais emocionais e comportamentais
Os aspectos emocionais e comportamentais que podem indicar que uma pessoa está lidando com dependência em jogos incluem:
– Euforia durante o jogo
– Depressão e angústia após as sessões de jogo
– Sentimentos de culpa e vergonha
– Irritabilidade
– Isolamento social
– Tentativas de disfarçar o problema
Segundo Tavares, a dependência em jogos é a terceira mais comum, ficando atrás apenas do tabaco e do álcool. O vício em jogos está se aproximando rapidamente do segundo lugar, o que demonstra a gravidade do problema.
Risco de suicídio
Um dos aspectos mais alarmantes da dependência em jogos é o elevado risco de suicídio associado. Fatores como impulsividade, depressão, endividamento e vergonha contribuem para esse risco.
Tavares ressalta que a combinação desses elementos cria uma “tempestade perfeita” que pode levar o indivíduo a considerar o suicídio como uma saída. A dificuldade em admitir o problema e buscar ajuda agrava ainda mais a situação.
É fundamental que pessoas que suspeitam estar desenvolvendo dependência em jogos, assim como seus familiares e amigos, estejam atentos aos sinais e busquem ajuda profissional o quanto antes. O tratamento adequado pode prevenir consequências mais graves e ajudar o indivíduo a recuperar o controle de sua vida.