Imagens impressionantes captadas por um drone com tecnologia de filmagem noturna revelaram a fuga em massa de aproximadamente 400 traficantes armados com fuzis pela mata da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro, durante uma operação do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) realizada no último sábado (31).
Segundo informações de promotores e policiais do Rio e do Ceará, os criminosos integram o Comando Vermelho cearense e comandavam atividades criminosas no Nordeste enquanto se escondiam na comunidade.
Veja imagens da fuga dos traficantes:
A operação foi resultado de uma ação conjunta entre o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), o Ministério Público do Ceará (MPCE) e a Polícia Militar fluminense, com o apoio de aproximadamente 80 agentes do Comando de Operações Especiais, que reúne o BOPE, o Batalhão de Choque e o Primeiro Comando de Área. O objetivo era cumprir 29 mandados de prisão e 14 de busca e apreensão expedidos pelo Tribunal de Justiça do Ceará.
Durante a ação, duas mansões e dois prédios foram descobertos na Rocinha, funcionando como base de apoio e alojamento para ao menos 110 criminosos vindos do Ceará. Segundo o Ministério Público, os traficantes utilizavam essas estruturas para se esconder e continuar coordenando remotamente execuções e o tráfico de drogas no estado nordestino.
“Há indícios de que mais de mil homicídios tenham sido ordenados do Rio para aquele estado ao longo dos últimos dois anos”, afirmou o procurador-geral de Justiça do MPRJ, Antonio José Campos Moreira.
O plano de inteligência das instituições envolvidas já havia identificado que os criminosos estavam fortemente armados, com cerca de 70 fuzis localizados na área onde se esconderam. A operação também teve como foco o sequestro de bens dos investigados, reforçando a estratégia de enfraquecer financeiramente o braço do Comando Vermelho no Ceará.

Durante a operação no sábado, um PM foi atingido por um tiro no pescoço e foi encaminhado ao Hospital Municipal Miguel Couto, onde passou por cirurgia. A CNN pediu uma atualização sobre o estado de saúde do policial, mas ainda não houve retorno.
A investigação foi conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO/MPCE), com apoio do Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (GAESP/MPRJ), da Coordenadoria de Inteligência da Investigação (CI2/MPRJ) e da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ).