É o amor! Neurocientista explica como estar apaixonado afeta o cérebro

Coração acelerado, respiração ofegante, pupilas dilatadas e um friozinho na barriga são sinais tradicionais da paixão. Ao ver ou até pensar na pessoa amada, o corpo reage fisicamente. A paixão é um fenômeno neurobiológico intenso, que envolve uma verdadeira “tempestade” de substâncias químicas no cérebro.

O psicólogo Leandro Freitas Oliveira, doutor em neurologia e neurociências, além de professor do programa de doutorado da Universidade Católica de Brasília (UCB), explica que vários hormônios estão relacionados à paixão, e eles alteram significativamente a atividade cerebral enquanto estamos na parte mais emocionante do relacionamento amoroso.

Os hormônios da paixão

  • Dopamina: associada ao prazer, expectativa e motivação, é liberada em grande quantidades no início da paixão, agindo especialmente nas áreas de recompensa. Ela dá o entusiasmo, energia e foco na pessoa amada.
  • Ocitocina: hormônio do vínculo e da fidelidade, é liberada no contato físico e quando sentimos o cheiro da outra pessoa. O neurotransmissor é essencial para a construção do vínculo afetivo e fortalece o apego emocional.
  • Vasopressina: semelhante à ocitocina, está mais envolvida na fidelidade a longo prazo, especialmente em homens.
  • Adrenalina: causa os sintomas clássicos da paixão, como suor nas mãos, batimentos cardíacos e frio na barriga.
  • Serotonina: os níveis do hormônio diminuem no início da paixão, explicando por que ficamos impulsivos e com pensamentos repetitivos sobre a pessoa amada.

Exames de imagem, como a ressonância magnética funcional (fMRI), mostram que, quando vemos a pessoa amada, há ativação em regiões relacionadas ao sistema de recompensa (como o estriado ventral), motivação, foco e prazer”, explica o professor.

Também há redução da atividade do córtex pré-frontal, uma área do cérebro responsável pelo pensamento crítico e tomada racional de decisões. Isso explica por que pessoas apaixonadas minimizam os defeitos do parceiro, idealizando completamente o companheiro.

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“O cérebro desliga parcialmente a avaliação racional nesse contexto. Por isso, faz sentido que alguns indivíduos façam tatuagem com o nome do parceiro, ou passem horas falando no telefone. A paixão nos deixa primitivos e inconsequentes”, conta Oliveira.

Os efeitos no cérebro nem precisam da presença física do ser amado. Pensar nele, receber uma mensagem, sentir o perfume ou ver uma foto são suficientes para que o cérebro libere dopamina e ocitocina. Isso explica por que muitos ficam distraídos, ansiosos e sonhadores quando apaixonados.

O professor ensina que, mesmo assim, o contato físico e emocional direto, como conversas, toque, cheiro e convivência, potencializam ainda mais a liberação dos neurotransmissores no cérebro, reforçando os circuitos de apego no órgão.

Imagem mostra as mãos de uma pessoa formando um coração para representar amor e paixão - MetrópolesA paixão causa uma tempestade de hormônios que independe de estar fisicamente perto da pessoa amada

Paixão muda como vemos o mundo

Segundo Oliveira, de um ponto de vista neurocientífico, a paixão altera toda a nossa percepção de realidade. Com a tempestade de hormônios tomando conta do cérebro, pessoas apaixonadas experimentam o mundo com mais intensidade. As cores, sons e sabores ficam mais vivos — a paixão traz significado para a rotina.

“A dopamina altera a maneira como interpretamos estímulos, e tudo pode parecer mais belo, mais interessante, mais expressivo. Importante lembrar que a paixão também aumenta a esperança, a criatividade e a disposição para correr riscos, porque o cérebro está em um estado de motivação contínua”, conta o especialista.

Paixão tem prazo de validade?

Porém, a paixão não dura para sempre. Oliveira conta que, do ponto de vista neurobiológico, o estado tem um prazo de validade natural que dura, em média, entre 12 e 24 meses.

“O cérebro busca estabilidade. Manter-se em um estado de alerta constante é biologicamente custoso. O sujeito apaixonado não quer fazer nada além de estar com sua paixão e, como consequência, a alimentação passa a ser prejudicada, assim como o sono e outros mecanismos primitivos importantíssimos para nossa sobrevivência”, conta o neurocientista.

Porém, o fim da paixão não é o fim do amor. Com o tempo, a tempestade de hormônios diminui, mas se o vínculo afetivo estiver consolidado, ocitocina e vasopressina assumem o protagonismo no cérebro. Eles são responsáveis pela fidelidade e apego, sustentando um amor calmo e duradouro.

“Em outras palavras, a paixão acaba e pode dar passagem para um amor cada vez mais maduro e menos inconsequente”, explica Oliveira.

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Fonte: Metrópoles

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