Segundo Marcello Estevão, diretor-gerente e economista-chefe do Instituto de Finanças Internacionais (IFF), apontou que o pacote de corte de impostos e gastos do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, expõe a divisão que há dentro do Partido Republicano.
“O que vê é uma quebra dentro do Partido Republicano para ver qual vai ser o corte total do orçamento”, afirmou Estevão ao WW desta terça-feira (3).
Segundo estimativas do Comitê para um Orçamento Federal Responsável, o projeto de Trump pode adicionar, até 2034, mais de US$ 1 trilhão ao déficit fiscal já trilionário dos EUA.
Estevão explicou que há “diferentes facções no Partido Republicano sobre as prioridades e qualidade dessa lei orçamentária”. Parte do partido apoia o projeto, mas a divisão vai ao ponto de que, mesmo entre os críticos, há dois argumentos distintos.
De um lado, se posicionam republicanos que apontam os cortes como duros demais ao mirarem, por exemplo, o programa MedicAid, que financia seguros de saúde para pessoas vulneráveis. Segundo Estevão, estes políticos reconhecem que suas bases eleitorais são compostas por pessoas que dependem deste auxílio.
Do outro, estão aqueles que batem na tecla de que o projeto não é suficiente para controlar o déficit norte-americano.
“Acho que Elon Musk está se associando com quem acha que os cortes não são suficientemente grandes, porque estão muito preocupados com a dinâmica da dívida americana”, pontuou o diretor-gerente e economista-chefe do IFF.
Mais cedo, o bilionário chamou o projeto de Trump de “abominação repugnante”, poucos dias após deixar o governo.
“Desculpe, mas eu simplesmente não suporto mais. Esse enorme e escandaloso projeto de lei do Congresso, cheio de gastos excessivos, é uma abominação repugnante”, publicou Musk em sua rede social X.
“Vergonha para quem votou a favor: vocês sabem que fizeram errado. Vocês sabem”, acrescentou.
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