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Fazenda espera “convencer” líderes e avançar com alternativas ao IOF

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Fazenda espera “convencer” líderes e avançar com alternativas ao IOF

Integrantes do Ministério da Fazenda se preparam para “convencer” os líderes do Congresso Nacional da viabilidade das medidas de ajuste fiscal, indicadas pelo governo federal como alternativa ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), para o cumprimento da meta fiscal em 2025.

A reunião, realizada na última terça-feira (3/6) no Palácio da Alvorada, foi crucial para o Executivo e Legislativo entrarem em consenso quanto aos itens previstos no pacote de esforço fiscal. Na ocasião, também ficou definido que o anúncio dos ajustes nas contas públicas não aconteceria antes da conversa com líderes das Casas, marcada para este domingo (8/6) em Brasília.

O encontro com os líderes da Câmara dos Deputados está previsto para ocorrer às 18h, mas a presença dos líderes do Senado Federal ainda está indefinida. O Metrópoles apurou que, caso não seja realizada conjuntamente, a reunião com os senadores pode ser adiada para a manhã de segunda-feira (9/6). A presença do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é incerta. O petista viajou para São Paulo na sexta-feira (6/6).

No início da semana, Haddad ressaltou que a equipe do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acatou o pedido dos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), porque o Congresso “precisa estar convencido” de que o pacote fiscal é “o caminho mais convincente”.

“Estamos tendo esse cuidado todo porque dependemos do voto do Congresso Nacional. O Congresso Nacional precisa estar convencido que é o caminho mais convincente do ponto de vista macroeconômico. O zelo que estamos cuidando é só por essa razão”, afirmou ele a jornalistas após reunião no Alvorada.

As medidas, no entanto, não foram divulgadas oficialmente. Mas, o ministro confirmou que esse novo ajuste terá impacto estrutural sobre as contas públicas. O pacote deve incluir um projeto de emenda à constituição (PEC) e um projeto de lei (PL).

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Fernando Haddad, ministro da Fazenda

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Fernando Haddad e José Guimarães

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A equipe da Fazenda vê potencial arrecadatório e de geração de emprego da medida

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Haddad e Tebet

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Alcolumbre e Haddad

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Davi Alcolumbre é o presidente do Senado Federal

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Fernando Haddad cumprimenta Lula observado por Hugo Motta

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FErnando Haddad, Gleisi Hoffmann e Hugo Motta

Gil Ferreira/SRI

Ajustes propostos pelo governo

Parlamentares consultados pelo Metrópoles indicaram que estão na mesa de debate revisões em benefícios tributários e nas regras do piso da saúde e educação, entre outros.

Segundo interlocutores, entre as alternativas ao aumento do IOF estão:

Essas medidas fazem parte de mais uma tentativa do governo Lula (PT) em garantir o cumprimento da meta fiscal e, consequentemente, a sustentabilidade do arcabouço fiscal — nova forma de controle de gastos públicos brasileiros. Porém, existem ressalvas dentro do governo sobre alguns temas, como mexer em benefícios, por exemplo.

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Haddad ainda indicou que uma eventual revisão do decreto do IOF — que desagradou agentes do mercado financeiro e parlamentares — depende da aprovação de “pelo menos uma parte das medidas” presentes na proposta da equipe econômica.

“O acordo é apresentar as medidas. Em caso de aprovação e reconhecimento das justiça das medidas (…) e me parece que são inequívocas do ponto de vista de justiça (…). Eu tenho espaço para uma calibragem”, disse o ministro.

Aumento do IOF

Meta fiscal

O novo ajuste nas contas públicas deve contribuir para o cumprimento da meta fiscal deste ano, que é de déficit zero — equilíbrio entre despesas e receitas —, com intervalo de tolerância que permite saldo negativo de até R$ 31 bilhões. Isso porque o arcabouço fiscal permite um rombo de até 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB).

De acordo com o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2025, as projeções dos próximos exercícios são:

Na tentativa de cumprir a meta fiscal do lado das despesas, a equipe econômica anunciou em 22 de maio o congelamento de R$ 31,3 bilhões, sendo R$ 10,6 bilhões em bloqueio e R$ 20,7 bilhões em contingenciamento.

Para a Fazenda, três circunstâncias forçaram o contingenciamento de R$ 20,7 bilhões: a falta de compensação da desoneração da folha de pagamentos dos setores e municípios, a greve dos auditores fiscais da Receita Federal e o atual patamar da taxa de juros.


Fonte: Metrópoles

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