Festas juninas devem movimentar R$ 7,4 bi, com maior impacto no Nordeste

Ao longo do mês de junho, as festas de Santo Antônio, São Pedro e São João podem movimentar até R$ 7,4 bilhões neste ano, de acordo com projeções feitas a pedido da CNN.

O valor está concentrado no comércio e no turismo, com maior destaque para as áreas de alimentos e têxtil. Por outro lado, ainda há um grande potencial de crescimento, com barreiras que podem ser superadas com o uso de tecnologias e investimentos.

Os R$ 7,4 bilhões circulam principalmente nas regiões Norte e Nordeste do país e entre pessoas com baixa qualificação educacional, afirma a professora de Economia da PUC-SP, Cristina de Mello.

“É uma cadeia extensa que engloba turismo, alimentos, costura, economia criativa, entre outros. Os impactos, portanto, não se resumem à renda. Há crescimento importante na oferta de empregos temporários e geração de renda para informais”, afirma a especialista.

A economista partiu de projeções do Ministério do Turismo de anos anteriores, e adicionou a inflação do período, de 12,18% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), e um crescimento de 10%.

O assessor econômico da Fecomércio São Paulo, Guilherme Dietze, detalha que os segmentos do varejo com maior impacto são o alimentício. No segmento do vestuário, destacam-se roupas tradicionais e artesanatos.

Dietze argumenta que os pequenos consumidores precisam abastecer a despensa para preparar os pratos típicos e compram em supermercados e mercearias, enquanto igrejas, clubes e escolas recorrem aos atacadistas.

Para decorar as festas e se vestir a caráter para os festejos, os clientes buscam roupas e itens que remetem ao campo, tanto em lojas quanto com artesãos.

Na leitura de Cristina de Mello, as festas tradicionais da região Nordeste atraem um público de maior renda e geram uma movimentação local de dinheiro. O valor levantado nas quermesses gera renda para os trabalhadores e colabora para a redução de desigualdades regionais.

65% dos brasileiros participam de festas juninas, de acordo com dados da Serasa produzidos pelo Instituto Opinion Box. A maioria celebra na própria cidade (51%), mas pelo menos 14% viajam para aproveitar as comemorações em outros municípios ou estados.

O sócio-diretor da consultoria de varejo Gouvêa Malls, Luis Alberto Marinho, avalia que o maior impacto econômico das festas juninas está no Nordeste.

“Em Campina Grande, Caruaru e outras capitais da festa junina, nós temos visto um impacto grande para empreendedores, varejistas e centros comerciais. Aqui, de fato, é algo bastante importante. Em especial, tudo que tem a ver com serviço e alimentação. Nem tanto o varejo tradicional, mas mais impacto em cima de serviços, alimentação e, é claro, hospedagem”, diz.

Marinho lembra que cada região pode se beneficiar de suas festas locais para gerar renda. É o caso do Festival de Parintins, no Amazonas, do Carnaval — com destaque para o Rio de Janeiro — e das festas de tradição alemã ou italiana, no Rio Grande do Sul.

Dietze avalia que parte da renda produzida a partir das festas juninas é destinada a comerciantes ambulantes. Esses trabalhadores informais usam o dinheiro como complemento de renda, para o pagamento de necessidades básicas e quitação de dívidas.

No entanto, a professora Cristina de Mello avalia que há a capacidade de criação de pequenos negócios voltados ao aumento de renda e à estruturação de cadeias produtivas mais desenvolvidas.

Os especialistas concordam que é possível desenvolver ainda mais as festas juninas e aumentar o valor movimentado com as celebrações.

O assessor econômico da Fecomércio São Paulo afirma que é necessário investimento público e parcerias com marcas para oferecer maior infraestrutura às quermesses.

Enquanto isso, a professora da PUC-SP diz que cabe às cidades criar uma identificação local com os festejos e desenvolver um calendário de eventos que mantenha a economia ativa ao longo do ano.

A tecnologia pode ser utilizada para alinhar as buscas dos clientes aos produtos e serviços oferecidos nas quermesses. O uso de dados de comportamento do consumidor permite ofertas segmentadas e mais relevantes, aumentando a conversão, diz o sócio e co-CEO da A&EIGHT, Renato Avelar.

“O uso de dados é sempre relevante, pois ajuda na recomendação de produtos com base em compras anteriores e na criação de conteúdos relevantes nas mídias da marca. No físico, o atendimento consultivo, o conhecimento sobre a tradição junina e a ambientação do espaço são diferenciais”, diz Avelar.

Outra possibilidade para o crescimento das festas juninas é o marketing de influência regional, argumenta o co-CEO da A&EIGHT. Parcerias com influenciadores e afiliados locais, chefs de cozinha e artesãos podem agregar autenticidade às ações promocionais.

No digital, campanhas segmentadas por geolocalização e hábitos de consumo aumentam a assertividade do público.

Para a implementação de tecnologias, é necessário atender as diversas buscas dos consumidores, pondera Mello.

“É uma manifestação cultural, mas há uma resistência à transformação nesses casos. A questão é equilibrar quem busca experiências modernas e quem busca experiências mais tradicionais”, finaliza.

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