Analistas consultados pelo Banco Central (BC) ajustaram sua projeção em relação ao patamar da Selic ao fim deste ano para 15,00%, dias depois que a autarquia elevou a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, com mudanças ligeiras ainda nas projeções de inflação e crescimento da economia brasileira, de acordo com a pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira (23).
O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, mostrou que a mediana das projeções para a Selic em 2025 agora está nos atuais 15,00%, de 14,75% anteriormente, enquanto para 2026 a previsão ainda é de que a taxa atingirá 12,50%, na 21ª semana consecutiva que a expectativa se mantém nesse nível.
O Comitê de Política Monetária do BC (Copom) decidiu na quarta-feira aumentar a Selic em 0,25 ponto, a 15,00% ao ano, em movimento diferente da então projeção do Focus de manutenção dos juros, indicando ainda que pode interromper o ciclo de altas já na próxima reunião, mas que não hesitará em elevar os juros novamente caso julgue necessário.
A autarquia divulgará a ata dessa reunião na terça-feira (24).
A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda a previsão de que o IPCA terá alta de 5,24% ao fim deste ano, ligeiramente abaixo da projeção de ganho de 5,25% na pesquisa anterior, no que foi a 4ª semana consecutiva de redução da expectativa.
Para 2026, a projeção para a inflação brasileira foi a 4,50%, mesmo patamar da semana anterior.
O centro da meta perseguida pelo BC é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Em relação ao crescimento da economia brasileira, a previsão é de que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro tenha expansão de 2,21% neste ano, um pouco acima dos 2,20% projetados na semana anterior. Em 2026, a expectativa de crescimento subiu para 1,85%, ante 1,83% há uma semana.
No Focus desta segunda, houve ainda redução na expectativa para o preço do dólar no final de 2025, a R$ 5,72, de R$ 5,77 anteriormente, e manutenção na projeção para 2026 a R$ 5,80.
A divisa norte-americana acumula queda ante o real de 10,55% neste ano, em movimento puxado por um processo de correção de preço, após sua disparada no fim do ano passado, e maior incerteza em relação aos planos tarifários dos Estados Unidos.