A corrida eleitoral pela presidência da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) ganhou um novo contorno nesta quarta-feira (25), após o espanhol Carlos Sainz Sr. anunciar publicamente que não disputará o cargo.
A decisão aumenta significativamente as chances de Mohammed Ben Sulayem ser reeleito sem oposição em dezembro.
Sainz, de 63 anos, é bicampeão mundial de rali e quatro vezes vencedor do Rally Dakar, além de pai do piloto da Fórmula 1 Carlos Sainz Jr., atualmente na equipe Williams.
Em maio, o veterano afirmou que avaliava concorrer ao posto máximo da entidade, hoje ocupado por Ben Sulayem, dos Emirados Árabes Unidos.
Ao oficializar sua desistência através de uma publicação na rede social X (antigo Twitter), o espanhol explicou que sua decisão foi tomada após uma análise profunda da estrutura e desafios internos da FIA.
“Trabalhei duro nos últimos meses para compreender em profundidade a situação da FIA e as exigências que envolvem um projeto tão importante. Após uma reflexão cuidadosa, cheguei à conclusão de que as circunstâncias atuais não são ideais para lançar minha candidatura”, afirmou.
Sainz também revelou que a decisão abre espaço para sua participação no Rally Dakar de 2026, na Arábia Saudita, com a equipe Ford — compromisso que, segundo ele, não gostaria de abandonar.
Mesmo com o filho ocupando uma posição na diretoria da Associação de Pilotos da Fórmula 1 (GPDA), Sainz negou que haveria conflito de interesses caso fosse eleito. Ele reiterou que seu desejo de contribuir com mudanças na entidade permanece vivo:
“Minha vontade de servir e liderar segue intacta. Acredito que a FIA precisa de mudanças importantes, e espero que elas venham nos próximos anos”.
Com a retirada de Sainz e sem outros nomes declarados, Ben Sulayem — que confirmou em maio sua intenção de buscar um segundo mandato — se fortalece como favorito absoluto.
Apesar de controverso, tendo enfrentado atritos com equipes e pilotos tanto na Fórmula 1 quanto no rali, o atual presidente conta com forte apoio regional e foi beneficiado por mudanças recentes no estatuto da FIA que, segundo críticos, dificultam a entrada de novos concorrentes.
Além de apresentar uma candidatura formal, qualquer postulante ao cargo de presidente da FIA deve apresentar uma chapa completa com nomes indicados para diversos cargos executivos, o que torna o processo ainda mais desafiador para possíveis adversários.
(Reportagem de Alan Baldwin, edição de Pritha Sarkar)