Novas imagens de satélite mostram obras na usina de enriquecimento nuclear de Fordow, no Irã, que foi atingida por bombardeiros B-2 dos Estados Unidos há pouco mais de uma semana.
Os registros foram coletados pela Maxar Technologies no domingo (29).
A empresa afirmou que as imagens “revelam atividade contínua nos dutos e buracos de ventilação e nas proximidades ao complexo de Fordow”.
“Uma escavadeira e vários funcionários posicionados imediatamente ao lado do poço norte. O guindaste parece estar operando na entrada do poço/buraco”, afirmou a Maxar.
Além disso, vários outros veículos também são vistos abaixo da montanha e estão estacionados ao longo do caminho que foi construído para acessar o local.
No início deste mês, bombardeiros americanos B-2 lançaram bombas antibunkers nas instalações nucleares de Fordow e Natanz, no Irã, enquanto mísseis Tomahawk atingiram a instalação de Isfahan, no centro do Irã.
As bombas GBU-57 Massive Ordnance Penetrator (MOP) dos EUA atingiram os dois poços de ventilação em Fordow, de acordo com general americano Dan Caine.

Na semana passada, Caine disse em uma reunião no Pentágono que a maioria das bombas lançadas em Fordow “tinham a tarefa de entrar no poço principal, descer para o complexo a mais de 1.000 pés por segundo e explodir no espaço da missão”.
O ex-inspetor nuclear David Albright, agora presidente do Instituto de Ciência e Segurança Internacional (ISIS), disse que as imagens mostraram que “os iranianos estão trabalhando ativamente nos locais de impacto, entrando nos poços de ventilação” da usina.
Albright avaliou que a atividade “pode incluir o preenchimento das crateras, bem como a realização de avaliações de danos de engenharia e possível coleta de amostras radiológicas. As crateras acima dos poços principais permanecem abertas”.
“Observamos que os iranianos também repararam rapidamente os danos causados pelas crateras das bombas na estrada de entrada principal, que aconteceram apenas alguns dias antes. No entanto, ainda não há indícios de qualquer esforço para reabrir qualquer uma das entradas do túnel”, publicou Albright no X.
No domingo (29), Rafael Grossi, chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), disse que os ataques dos EUA ao Irã não chegaram a causar danos totais ao programa nuclear.
Segundo ele, Teerã poderia reiniciar o enriquecimento de urânio “em questão de meses”, contradizendo as alegações do presidente Donald Trump de que os EUA atrasaram as ambições iranianas em décadas.
Embora a avaliação militar e de inteligência final ainda não tenha sido feita, Trump tem afirmado repetidamente ter “destruído completa e totalmente” o programa nuclear de Teerã.