Isadora Cruz revela conexão espiritual no sertão em ‘Guerreiros do Sol’

Com o sol a pino e a terra vermelha do sertão envolvendo tudo ao redor, Isadora Cruz mergulhou em um dos papéis mais intensos de sua carreira. A atriz protagoniza Guerreiros do Sol, novela lançada no Globoplay e no canal Globoplay Novelas, inspirada na lenda de Lampião e Maria Bonita. Coube a ela representar a força feminina do cangaço.

Cena de masturbação feminina rompe tabu em ‘Guerreiros do Sol’

Logo nas primeiras declarações, Isadora Cruz revelou a dimensão emocional envolvida: “Realizei o sonho da minha vida ao fazer o papel de Maria Bonita!”, disse a atriz a OFuxico, no lançamento da novela. De acordo com ela, o desejo de viver uma cangaceira sempre existiu. Ainda assim, precisou lidar com as marcas deixadas por um enredo tão carregado de dor e violência.

A artista paraibana, vista recentemente como Roxelle em “Volta por Cima”, novela gravada após o término das filmagens de “Guerreiros do Sol”, admitiu: “Ter pego uma personagem mais leve e engraçada era o que eu precisava para sair desse universo pesado que é o cangaço” comentou ela em seguida.

Reconexão com as raízes através da dor

No centro da trama, Rosa e Josué (Thomás Aquino) formam um casal emblemático, que se apaixona e dessa forma enfrenta os preconceitos de uma sociedade engessada pelo machismo e pelas normas dos anos 1930. Para Isadora, o processo de construção dessa personagem ultrapassou o trabalho artístico.

“Me religuei com as mulheres da minha família, nordestinas, paraibanas, que sofreram muito”, revelou. A experiência a fez acessar camadas profundas de sua ancestralidade. “Também me reconectei com a dor dessas mulheres que passaram por tantas injustiças. Muitas eram vistas como bruxas, tinham que ser excluídas da sociedade”, destacou a artista.

Durante as gravações, Isadora Cruz se aproximou de Alice Carvalho, atriz que interpreta Otília, irmã de Rosa. Juntas, buscaram caminhos para acessar esse passado espiritual. “Era muito difícil. A gente conversava sobre como acessar esse campo energético”, relatou. A carga emocional, de fato, ultrapassou a ficção.

Isadora Cruz teve experiências sobrenaturais no sertão

Para dar vida à personagem, Isadora morou três meses no sertão nordestino. A rotina, marcada sobretudo por temperaturas elevadas e condições extremas, proporcionou mais do que realismo à interpretação. Ela sentiu, conforme afirmou, uma presença constante ao longo das filmagens.

‘Guerreiros do Sol’ destaca cenários reais no sertão nordestino

“No sertão, o tempo é outro. A gente fica com outra postura, outro corpo, outra respiração”, afirmou. E completou: “A gente sentia uma energia enorme, parecia que estávamos acompanhados”. Para a atriz, que se define como espiritualista, as sensações de arrepio e observação eram constantes.

Com uma fé que atravessa diversas tradições, Isadora explicou: “Acredito no espiritismo, no budismo. Acho a cabala linda. Leio a Bíblia, sou cristã. Todo santo está me ajudando, graças a Deus. Quanto mais ajuda, melhor”.

Calor extremo e figurino desafiador marcaram as gravações

Apesar do entusiasmo com o papel, Isadora enfrentou uma série de desafios físicos. Os cenários de gravação incluíram locais como o Raso da Catarina, reduto real dos passos de Lampião, conhecido pelas pedras escaldantes que aumentam drasticamente a sensação térmica.

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“Gravamos no Raso da Catarina, que era para onde ele levava os policiais para morrerem de calor”, lembrou. O ambiente, com picos de quase 50 graus, exigia resistência e concentração. A atriz contou que mesmo nesse calor avassalador, sentia uma conexão inexplicável: “Com aquela energia do sertão, eu me sentia em casa”.

O figurino também não facilitava. “As roupas eram muito cobertas. Usávamos meia-calça de lã, manga comprida, lenço no pescoço…”, detalhou. Além das vestimentas pesadas, a equipe carregava bolsas repletas de itens de cena, o que acentuava o desgaste físico.

Ainda assim, Isadora celebrou cada momento da jornada: “Eu não tenho marido, nem menino pequeno esperando por mim, então tenho alma de passarinho. Amo gravar em locação, amo viajar porque sinto que a gente se conecta mais com o projeto, com o personagem”

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Fonte: OFuxico