A tensão entre Israel e Irã continua a escalar, e a diplomacia parece não ser o caminho para uma resolução imediata do conflito, segundo o professor Lucas de Souza Martins, da Universidade de Temple. Em entrevista à CNN, o especialista analisou a situação atual e as perspectivas para o futuro das relações entre os dois países.
De acordo com Martins, a posição firme de ambos os lados torna improvável uma solução diplomática no curto prazo. “O que parece é que a diplomacia não será o caminho para viabilizar pelo menos uma paz imediata entre Israel e Irã”, afirmou o professor.
Posições irredutíveis
O especialista destacou que Israel está determinado a impedir o avanço do programa nuclear iraniano, enquanto o Irã se encontra fragilizado geopoliticamente e pelos recentes ataques sofridos. Essa combinação de fatores dificulta qualquer acordo diplomático imediato.
Martins também comentou o papel dos Estados Unidos no conflito. Segundo ele, a estreita aliança entre EUA e Israel é um fator importante, mas não suficiente para resolver a situação apenas com um telefonema presidencial, como sugerido por autoridades iranianas.
Impactos na política americana
O professor analisou ainda as implicações do conflito para a política interna dos Estados Unidos, especialmente no contexto das eleições de meio de mandato que se aproximam. Ele ressaltou que uma possível intervenção americana no conflito poderia contradizer as promessas de campanha de Donald Trump de reduzir o envolvimento do país em guerras estrangeiras.
“Existe toda uma questão logística de construção de uma narrativa de um governo que precisa se apresentar como um governo que gasta pouco ou se realmente tiver que investir neste conflito terá que construir uma nova narrativa, uma narrativa de unificação nacional contra o inimigo comum”, explicou Martins.
O especialista concluiu que será crucial acompanhar a construção dessas narrativas por parte de todas as ideologias políticas nos Estados Unidos, à medida que o conflito entre Israel e Irã continua a se desenvolver.