O problema de insônia é comum entre os brasileiros e segundo um estudo da Fundação Oswaldo Cruz, 72% dos da população sofre com distúrbio do sono. Por esse motivo, a suplementação com melatonina – hormônio naturalmente produzido pela glândula pineal, localizada no cérebro, que tem como principal função regular o ciclo sono-vigília – virou febre entre aqueles que buscam dormir melhor. Para entender como utilizar o “hormônio do sono” com segurança, o portal LeoDias entrevistou um especialista no tema.
Segundo o nutrólogo Neto Borghi, a melatonina atua sinalizando ao organismo que o dia terminou, favorecendo o início do sono e contribuindo para a sua qualidade. Em pessoas com dificuldades para dormir — seja por insônia, jet lag, trabalho em turnos ou distúrbios do ritmo circadiano —, a suplementação realmente auxilia no ajuste desse relógio biológico.
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A utilização, porém, é indicada para pessoas em casos específicos: “Adultos com distúrbios do sono diagnosticados, idosos com baixa produção natural do hormônio, pessoas que viajam com frequência para fusos horários distintos (jet lag), trabalhadores noturnos, ou pacientes com distúrbios neurológicos específicos. Crianças só devem usá-la sob orientação médica”, ressaltou o profissional.
Os pacientes que utilizam a melatonina não correm risco de dependência: “Diferente de medicamentos hipnóticos ou sedativos tradicionais, como benzodiazepínicos, a melatonina não causa dependência nem tolerância com o uso regular. No entanto, seu uso prolongado e indiscriminado pode mascarar outras causas de insônia e não trata o problema de origem se for utilizado como única estratégia”, avaliou o nutrólogo.
O médico ressaltou que o uso sem acompanhamento pode ser ineficaz ou até prejudicial à saúde: “Doses inadequadas, horário errado de administração e combinação com outros medicamentos ou suplementos podem atrapalhar o sono ao invés de ajudar. Além disso, alguns indivíduos podem apresentar efeitos colaterais como sonolência diurna, dores de cabeça, irritabilidade ou alterações hormonais, especialmente com o uso crônico”, destacou.
A escolha da melhor forma de uso da melatonina depende do tipo de distúrbio do sono e da individualidade de cada paciente: “Atualmente, ela é comercializada em diferentes formas: comprimidos, cápsulas, gomas, spray sublingual, gotas e até cosméticos — embora a função do hormônio seja sistêmica. As formas sublinguais e de liberação imediata costumam ter efeito mais rápido, sendo úteis para quem tem dificuldade para adormecer. Já as de liberação prolongada podem ajudar quem acorda no meio da noite”, pontuou Neto Borghi.
O especialista ainda listou hábitos fundamentais para manter a produção natural de melatonina no corpo:
- Evitar luz intensa e telas (celular, TV, computador) ao anoitecer, principalmente duas horas antes de dormir;
- Dormir em ambientes escuros, com pouca ou nenhuma luz;
- Manter uma rotina regular de sono, dormindo e acordando em horários parecidos todos os dias;
- Praticar atividades físicas regularmente, mas evitar exercícios intensos à noite;
- Expor-se à luz natural pela manhã, o que ajuda a sincronizar o relógio biológico;
- Evitar cafeína e álcool no fim do dia, pois atrapalham a produção e liberação do hormônio.
Fonte: Portal LEODIAS