Missão da Índia flagrou explosão solar que quase afetou a Terra; entenda

Uma das maiores ameaças naturais à Terra, especialmente para nossa infraestrutura tecnológica, são as chamadas CMEs, sigla em inglês para Ejeções de Massa Coronal, grandes explosões de plasma e campos magnéticos ejetados pelo Sol.

Expelidas da coroa solar, essas aparentes “bolas de fogo” são compostas de plasma, um gás que está tão quente e energizado, que seus átomos se separaram em partículas carregadas eletricamente.

Incorporada neste ano ao time de missões espaciais que monitoram constantemente o Sol, a Aditya-L1, da agência espacial indiana (ISRO), relatou recentemente o início de uma CME massiva, usando seu Coronógrafo de Linha de Emissão Visível (Velc).

Publicada na revista The Astrophysical Journal Letters, em novembro de 2024, a pesquisa relata a captura da ejeção coronal pelo Velc no dia 16 de julho, iniciada às 10h08 (horário de Brasília).

Segundo o primeiro autor do artigo, R. Ramesh, do Instituto Indiano de Astrofísica, a CME teve origem do lado do Sol votado para o nosso planeta, explicou ele à BBC.

Felizmente, “em meia hora de viagem, ela foi desviada e seguiu em outra direção, passando por trás do Sol. Como estava muito distante, não teve impacto no clima da Terra”, concluiu o astrofísico.

Os riscos das ejeções da massa coronal


Representação artística de um sol ativo que liberando uma ejeção de massa coronal (CME) • Nasa

Pesquisador chefe do Velc, o professor Ramesh destacou à publicação britânica que o estudo das CMEs, também chamadas de “solar flares” (explosões solares), é um dos objetivos científicos mais importantes da missão solar indiana.

Compostas por partículas eletricamente carregadas, as CMEs chegam a pesar até um trilhão de quilos e alcançar velocidades de até 3 mil km por segundo ao viajar. Segundo Ramesh, elas podem seguir em qualquer direção, aí incluído o nosso planeta.

“Agora imagine essa enorme bola de fogo rumando para a Terra. Em sua velocidade máxima, levaria apenas cerca de 15 horas para percorrer os cerca de 150 milhões de quilômetros que separam o Sol da Terra“, alerta o pesquisador.

Embora raramente representem uma ameaça direta à vida humana (pois a atmosfera e o campo magnético da Terra nos protegem), as tempestades solares, explosões solares e ejeções de massa coronal impactam frequentemente o ambiente espacial próximo ao nosso planeta.

As possíveis consequência incluem interferência nas comunicações, danos em equipamentos eletrônicos de satélites, perturbações nos sistemas de navegação e problemas com as redes elétricas.

Embora indiretos, os impactos seriam consideráveis, explica Ramesh. “Hoje, nossas vidas dependem totalmente de satélites de comunicação, e as CMEs podem derrubar a internet, linhas telefônicas e comunicações por rádio. Isso poderia levar ao caos absoluto”, avalia o professor.

Importância da missão da Índia para exploração do Sol


Ilustração dos cinco pontos de Lagrange entre o Sol e a Terra • ISRO

Após esse “primeiro resultado significativo” da Aditya-L1, os cientistas indianos esperam que novas descobertas ajudem a proteger os quase oito mil satélites e as redes elétricas dos efeitos de eventos solares perigosos.

Para os autores da pesquisa, a monitoração constante do Sol em tempo real permitiria identificar uma tempestade solar ou uma CME e proteger os equipamentos, desligando-os antes de eventuais impactos.

Isso é possível porque a Aditya-L1 observa o Sol de uma posição privilegiada, o ponto de Lagrange L1, uma localização única no espaço onde a gravidade do Sol e da Terra se equilibram, permitindo que a nave permaneça em uma espécie de “estacionamento natural”.

De sua posição relativamente estável, a Aditya-L1 observa o Sol de forma contínua, mesmo durante eclipses e ocultações, permitindo estudos científicos detalhados e previsões eficientes

Ramesh explica que, quando observamos o Sol da Terra, vemos apenas a fotosfera, uma bola de fogo alaranjada que é a superfície do astro, ou seja, sua porção mais brilhante.

Segundo o professor, o coronógrafo da Índia leva vantagem sobre as demais missões solares porque consegue reproduzir as mesmas condições de um eclipse total, quando a Lua passa entre a Terra e o Sol e bloqueia a fotosfera.

“O nosso tem um tamanho que permite imitar o papel da Lua, ocultando artificialmente a fotosfera do Sol e proporcionando à Aditya-L1 uma visão ininterrupta da coroa solar 24 horas por dia, 365 dias por ano”,

Já o coronógrafo da missão Nasa-ESA, explica Ramesh, é maior, e com isso acaba ocultando não só a fotosfera, mas também partes da “corona”, o que impede a detecção da formação de uma CME gerada na região encoberta.

“Com o Velc, conseguimos estimar precisamente o momento em que uma ejeção de massa coronal começa e a direção que ela segue”, gaba-se o pesquisador.

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