O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou, na quinta-feira (5), o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para suspender a ação penal que apura uma suposta trama golpista após as eleições de 2022 até que os advogados tenham acesso integral às provas.
Em maio, Moraes determinou que a Polícia Federal (PF) disponibilizasse, por meio de link em nuvem, todo o material apreendido nas investigações contra Bolsonaro e outros denunciados na ação.
Os advogados argumentam que, pela grande quantidade de arquivos, não houve tempo razoável para sequer fazer o download das provas antes do início da escuta de testemunhas, no dia 19 de maio. A defesa alega ainda que, até hoje, as provas não foram integralmente disponibilizadas.
Esta não é a primeira vez que a defesa de réus no processo da trama golpista pede adiamento da ação até o acesso integral às provas coletadas.
Como mostrou a CNN, Moraes também rejeitou, na quinta-feira, o pedido de adiamento do depoimento de Bolsonaro, que solicitava a remarcação da oitiva para depois da fase de testemunhas de todos os núcleos do processo.
Com a negativa do ministro, está mantido o início da fase de interrogatório dos réus na próxima segunda-feira (9), começando pelo relator Mauro Cid. Os depoimentos serão realizados presencialmente na sala da 1ª turma do STF.
Nas últimas duas semanas, o Supremo ouviu mais de 50 testemunhas na ação penal do plano de golpe. Dois ex-comandantes das Forças Armadas confirmaram à Corte que Bolsonaro discutiu medidas para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
*Com informações de Basília Rodrigues e Gabriela Boechat
**Sob supervisão