O conflito entre Irã e Israel continua se intensificando, com ataques mútuos e uma crescente preocupação internacional. Segundo o professor de Relações Internacionais da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), Alexandre Coelho, a possibilidade de uma saída diplomática para a crise está se tornando cada vez mais remota.
Em entrevista à CNN, Coelho afirmou: “Infelizmente, pelo menos no curto prazo, eu não estou vendo perspectivas de se chegar a uma mesa de negociação que seja para conseguir um cessar-fogo”.
O especialista destacou que a retórica mais agressiva por parte dos Estados Unidos, especialmente as declarações do ex-presidente Donald Trump, tem contribuído para a escalada das tensões.
Expansão dos ataques e objetivos de Israel
O professor observou uma expansão nos objetivos de Israel, que inicialmente visava causar danos às instalações nucleares iranianas, mas agora ampliou seus ataques para refinarias e bases de produção de gás do Irã. Além disso, Israel declarou abertamente a intenção de derrubar o regime iraniano.
Por sua vez, o Irã tem respondido com novos tipos de armamentos, lançando mísseis sobre Israel e ameaçando atacar bases norte-americanas no Golfo caso os Estados Unidos entrem no conflito.
Interesses globais e possíveis mediadores
Coelho analisou os interesses de diversas potências globais no conflito. Destacou que a China, como grande importadora de petróleo da região, vê seus interesses no Oriente Médio cada vez mais ameaçados. Já a Rússia tem interesse em evitar a escalada do conflito, pois o Irã é um importante fornecedor de drones para o país.
Quanto a possíveis mediadores, o especialista mencionou que a China poderia desempenhar esse papel devido à sua relação econômica com o Irã e sua postura pragmática em relação a Israel. No entanto, ressaltou que a China ainda não demonstrou vontade clara de mediar o conflito.
Sobre a possibilidade de mediação pela Turquia, Coelho expressou dúvidas, citando o histórico de tensões entre Turquia e Irã, especialmente em relação à Síria.
O professor concluiu alertando para a complexidade da situação e a necessidade de acompanhar de perto as declarações das principais potências envolvidas, especialmente dos Estados Unidos, para entender os possíveis rumos do conflito.