O padre Fábio de Melo foi denunciado ao Vaticano após se envolver em uma polêmica com Jair José Aguiar da Rosa, ex-gerente da cafeteria Havanna em Joinville (SC), que foi demitido após ser exposto pelo religioso nas redes sociais. Mas, o que pode acontecer agora?
Segundo as normas administrativas da Igreja Católica, para a apuração de condutas de clérigos que não envolvem crimes canônicos graves, a partir do momento em que uma denúncia é registrada na Congregação para a Doutrina da Fé, o procedimento inicial envolve uma triagem interna.
A acusação é analisada para determinar se há elementos que justifiquem a abertura de uma investigação formal. Como o caso não envolve crime canônico grave — como abuso sexual, heresia ou violação do segredo da confissão —, a tendência é que o procedimento siga um rito mais simples.
Neste tipo de situação, a Congregação pode apenas registrar a queixa e notificá-la ao bispo responsável pelo padre, que pode optar por uma advertência privada ou por uma conversa pastoral, caso considere necessário. O episódio então passa a integrar o histórico disciplinar do sacerdote, funcionando como um registro de conduta inadequada, mas que, isoladamente, não implica em punição direta ou imediata.
Na prática, o que se espera agora é que a denúncia seja arquivada após análise preliminar, a não ser que novas representações ou comportamentos semelhantes se repitam e justifiquem uma avaliação mais ampla da conduta do religioso.
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Padre Fábio de Melo é denunciado ao Vaticano após treta na cafeteria
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Gerente demitido após treta processa padre Fábio de Melo e cafeteria
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Religioso se envolveu em polêmicas nos últimos dias
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Entenda o caso
O caso aconteceu há cerca de um mês, durante uma visita do Padre Fábio de Melo à cidade. Na ocasião, ele relatou que foi destratado após questionar o valor de um produto que teria sido cobrado de forma diferente do anunciado. Segundo Melo, o gerente foi ríspido e não ofereceu nenhuma solução. Pouco depois, a cafeteria divulgou que o funcionário citado não fazia mais parte da equipe.
Jair José, no entanto, contesta a versão. Em entrevista ao Metrópoles, afirmou que não teve contato direto com o padre e que isso poderia ser comprovado pelas imagens das câmeras de segurança. Ele também disse ter descoberto a demissão pela imprensa e relatou o impacto do episódio em sua vida.
“Até sábado eu era um simples trabalhador, agora sou notícia no país todo. A Havanna Joinville e a Havanna Brasil simplesmente jogaram toda a culpa em cima de mim para proteger a marca”, declarou.
Após a repercussão do caso, o jornalista Ricardo Feltrin revelou que um bispo de Santa Catarina registrou queixa na Congregação para a Doutrina da Fé contra o padre Fábio de Mello. Segundo fontes do jornalista, o motivo relatado na reclamação foi que o padre Fábio não teve atitude cristã com o rapaz.
Fonte: Metrópoles