A Polícia Federal realizou uma operação, nesta quarta-feira (11), para desarticular uma quadrilha especializada no tráfico internacional de drogas a partir de portos brasileiros, focada no transporte de grandes cargas de cocaína por meio de embarcações marítimas.
Na 2ª fase da Operação Taeguk, foram cumpridos 12 mandados de prisão e 10 ordens de busca e apreensão no Rio de Janeiro, na Bahia e na Baixada Santista em São Paulo.
Os agentes buscavam indivíduos envolvidos no transporte de 1,6 tonelada de cocaína em uma embarcação que partiu do litoral paulista. A droga foi apreendida em Cabo Verde, na África.
As investigações apontaram que o grupo criminoso atuava com sofisticadas técnicas de ocultação do entorpecente em navios, incluindo a utilização de compartimentos ocultos e a cooptação de tripulantes para abastecer os mercados europeu e africano.
A Justiça também determinou o bloqueio de bens e valores de R$ 310 milhões, buscando prejudicar financeiramente a organização criminosa e reparar os danos decorrentes da atividade ilícita.
Os investigados poderão responder pelos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico e organização criminosa. As penas podem ultrapassar 35 anos de prisão, com agravantes devido à transnacionalidade dos delitos.
1ª fase da operação
A 1ª fase da operação Taeguk contou com 200 policiais federais que cumpriram 10 mandados de prisão preventiva e 39 de busca e apreensão em diversas cidades dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Pará e Maranhão.
As investigações apontam que os envolvidos eram especialistas em mergulho submarino que “prestavam serviços” para outras organizações criminosas.
Segundo a PF, eles inseriam as drogas na caixa mar submersa (conhecida como “sea chest”, em inglês”) de embarcações de portos do Brasil.
Após inserirem a cocaína, por exemplo, a organização criminosa contava com uma rede mundial de mergulhadores para retirar a droga em outros países.
A investigação ainda demonstra que os responsáveis inseriam as substâncias ilícitas nos barcos de outras formas, como a modalidade içamento, quando tripulantes dos navios participam necessariamente da colocação e ocultação da droga.
A PF informou que a investigação teve o apoio do escritório do Drug Enforcement Administration (DEA) em São Paulo e da Marinha. Além disso, países como a Coreia do Sul, China e Espanha também participaram das apurações.