Em uma ação articulada entre as polícias civis de Minas Gerais e São Paulo, cinco jovens com idades entre 18 e 20 anos foram presos sob a acusação de integrar uma célula neonazista com atuação em cidades mineiras e no interior paulista. A operação, batizada de Overlord, foi deflagrada nesta quarta-feira (18/6) e teve como ponto de partida uma denúncia repassada pela Embaixada dos Estados Unidos, via Homeland Security Investigations.
De acordo com a Polícia Civil de Minas Gerais, a ofensiva teve como alvos os municípios de Nova Lima, Poços de Caldas e Campinas, onde foram cumpridos cinco mandados de prisão preventiva e outros cinco de busca e apreensão. No total, os agentes apreenderam um arsenal de armas brancas, como facas, machadinhas, espadas e canivetes; além de fardamentos paramilitares, sprays de pichação, granadas simuladas e até balestras. Dispositivos eletrônicos como celulares, computadores, videogames e pen drives também foram recolhidos para análise.
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Um dos presos, localizado em Campinas, foi autuado em flagrante por armazenar material de pornografia infantil. Ele também mantinha arquivos digitais e impressos com conteúdos neonazistas e antissemitas, além de trocas de mensagens com o homem identificado como o líder da célula, detido anteriormente em Belo Horizonte. O grupo articulava, segundo a polícia, ações de propaganda e ataques presenciais contra minorias, com registros de pichações, distribuição de cartazes e agressões físicas contra integrantes da comunidade LGBTQIA+ e militantes antifascistas.
Foram encontrados livros com apologia a Adolf Hitler, literatura militar, cadernos com anotações de símbolos nazistas como suásticas, além de imagens do terrorista norte-americano Theodore Kaczynski, o “Unabomber”. Também havia bandeiras de supremacia branca e produtos com simbologia neonazista que seriam vendidos virtualmente para financiar as atividades da célula, além de envolvimento com o tráfico de drogas.
As autoridades mineiras apontam que o grupo operava tanto no ambiente digital quanto em ações físicas. A estrutura contava com encontros presenciais em áreas de mata em Poços de Caldas e planejamento de estratégias para dificultar o rastreamento policial, incluindo táticas de contrainteligência.
A escolha do nome da operação, Overlord, remete à ofensiva militar dos Aliados na Segunda Guerra Mundial, que marcou o início da libertação da Europa do regime nazista. A referência simboliza o objetivo da ação: combater ideologias extremistas que ameaçam os valores democráticos.
Todos os presos foram encaminhados ao sistema prisional e seguem à disposição da Justiça. As investigações, que começaram ainda em 2023, continuam, com foco na perícia do material recolhido e na identificação de outros possíveis integrantes do grupo.
Fonte: Portal LEODIAS