Relatório sobre eleição foi “meio-termo” entre Defesa e Bolsonaro, diz Cid

O tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o relatório elaborado pelo Ministério da Defesa sobre a lisura da eleição de 2022 foi um “meio-termo” entre o que a pasta concluiu e o que desejava o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Cid depõe à Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira (9), na ação penal que trata sobre uma tentativa de golpe ao qual estaria envolvido.

O relatório tratado pelo tenente-coronel havia sido produzido pelas Forças Armadas após concluída a eleição. O documento não apontava fraudes no pleito, mas indicava que o sistema eleitoral não estaria isento a um “código malicioso”.

Segundo o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o Ministério da Defesa, sob comando de Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira — assim como Cid, também réu neste processo –, tinha feito um relatório “com uma conclusão muito mais técnica”.

Porém, “o presidente (Bolsonaro) entendia que a conclusão tinha que ser mais dura, apontando que poderia ter ocorrido fraude”, acrescentou.

“E, no final, saiu como um meio-termo: não foi nem como o general Paulo Sérgio tinha rascunhado, nem como o presidente efetivamente gostaria”, acrescentou o tenente-coronel.

Depoimentos de Cid

Desde que assinou o acordo de delação premiada, em 2023, o militar Mauro Cid, que embasou parte das provas que constam na investigação da Polícia Federal (PF) e na denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), já mudou pelo menos cinco vezes a versão sobre o plano de golpe.

O STF começou nesta segunda, os interrogatórios dos réus do chamado “núcleo crucial” da ação penal que apura uma tentativa de golpe de Estado após a eleição de 2022.

A Primeira Turma, composta pelos ministros Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Luiz Fux, Alexandre de Moraes e Flávio Dino, reservou os cinco dias desta semana para os interrogatórios.

Ao todo, serão ouvidos oito réus, são eles:

  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência;
  • Alexandre Ramagem, deputado e ex-chefe da Abin;
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
  • Augusto Heleno, ex-ministro-chefe do GSI;
  • Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
  • e Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e vice de Bolsonaro na eleição em 2022.

Tarifaço: Fazenda vê efeito macroeconômico “contido”, mas setorial preocupa

O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, afirmou em evento nesta sexta-feira (8) que o tarifaço estabelecido pelos Estados Unidos...

WNBA enfrenta onda de objetos sexuais arremessados em quadra

Mais um objeto sexual foi arremessado em uma quadra da WNBA, desta vez nos segundos finais da vitória do Atlanta Dream sobre o Chicago...