Saiba tributos cobrados na conta de luz, que ficará ainda mais cara

Em mais uma derrota do governo federal, o Congresso Nacional derrubou vetos do presidente do Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em trechos da Lei das Eólicas Offshore. Com isso, o setor elétrico estima que as contas de luz dos brasileiros ficarão 3,5% mais caras.

Estimativas da Frente Nacional dos Consumidores de Energia (FNCE) e da Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia e Consumidores Livres (Abrace) indicam um impacto de R$ 197 bilhões ao longo dos próximos 25 anos.

A FNCE avalia levar o assunto ao Supremo Tribunal Federal (STF). “Ao derrubar os vetos da Lei de Eólicas Offshore, o Congresso Nacional torna-se responsável pelo aumento na conta de luz dos brasileiros e por instalar o caos definitivo no setor elétrico”, afirma a frente.

Como funciona a tarifa de energia?

Segundo o Ministério de Minas e Energia (MME), a tarifa de energia elétrica considera três tarifas: energia, transmissão e distribuição, impostos e encargos setoriais — não são detalhados na fatura, mas tratam-se de subsídios já presentes nos custos.

Leia também

Em resumo, o consumidor paga tributos federais, estaduais e municipais nas contas de luz. São eles:

  • Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) – federal
  • Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que é estabelecida por cada estado – estadual
  • Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública (CIP) – municipal

Para exemplificar, entenda como é feita a cobrança da conta de luz pela Neoenergia, em Brasília (DF).

  1. Custo de geração de energia: valor total da energia consumida, desde a produção nas usinas até o uso final.
  2. Custo de transmissão: engloba os gastos relacionados ao transporte da eletricidade, desde a produção nas usinas, até chegar às distribuidoras. Esses recursos são destinados para cobrir os custos de utilização das infraestruturas de transmissão.
  3. Custo de encargos setoriais: os encargos são criados por leis aprovadas pelo Congresso Nacional para tornar viável a implantação das políticas públicas para o setor elétrico. O custo é cobrado em conjunto e pode ser identificado no campo demonstrativo da conta.
  4. Custo de distribuição: representa o percentual da fatura que é destinado a distribuidora. Neste caso, a Neoenergia Brasília. Os recursos arrecadados são usados para cobrir os custos operacionais, manutenção, expansão do sistema e investimentos para melhorar a qualidade do fornecimento de energia.
  5. Tributos: são valores destinados ao poder público e seus valores são determinados por lei. Nas faturas de energia, estão inclusos tributos federais como o PIS, Cofins, ICMS e CIP. A cifra é repassada às autoridades competentes.

Imagem colorida de infográfico com detalhamento de uma conta de energia elétrica - MetrópolesInfográfico de conta de energia elétrica

Assim, a conta de energia é composta por custo do gerador, custa da transmissora, serviços prestados pelas distribuidoras, encargos setoriais e tributos. Em Brasília, o valor de cada item na conta de energia é dividido em:

  • Impostos e encargos são referentes a 47,08% da conta de luz;
  • Custo de Energia e Transmissão equivalem a 40% da conta de luz; e
  • Distribuição corresponde a 12,92% da conta de luz.

Bandeira tarifária

A bandeira tarifária de junho é vermelha patamar 1, conforme estabeleceu a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Isso significa que as contas de energia elétrica terão cobrança adicional de R$ 4,46 a cada 100 kW/h consumidos.

A decisão da Aneel acionou, pela primeira vez em 2025, a bandeira vermelha foi acionada neste ano. Até abril, a bandeira tarifária estava verde, sem custo adicional para os consumidores. Em maio, a bandeira vigente passou para amarela.

Sistema de bandeiras tarifárias

  • Lançado em 2015, o sistema de bandeiras tarifárias é um mecanismo que indica aos consumidores, mensalmente, a situação da geração de energia no Brasil.
  • Para definir a bandeira tarifária vigente, a Aneel considera fatores, como a disponibilidade de recursos hídricos, o avanço das fontes renováveis e o acionamento de fontes de geração mais caras, como as termelétricas.
  • Anteriormente, as variações (para mais ou para menos) eram repassadas até um ano depois, no reajuste tarifário seguinte.

Quanto custa cada bandeira?

Sistema de cores das bandeiras tarifárias - Metrópoles

Termelétricas

A derrubada de vetos do presidente Lula pelo Congresso Nacional a medidas de incentivo para as usinas termelétricas de produção de energia elétrica deve deixar a conta do serviço ,além de mais cara, poluente.

O principal motivo é necessidade de óleo diesel para o funcionamento destas estruturas. As medidas que Lula tentou evitar implicam na concessão de subsídios a termelétricas e contratação compulsória das estruturas mais poluentes, entre outros pontos.

Os incentivos devem promover o uso mais acentuado das termelétricas. Isto aumenta, conforme críticos aos estímulos, a emissão de gases de efeito estufa (GEE). Isto acontece justamente no momento em que o Brasil está prestes a sediar a realização da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), a ser realizada em Belém (PA)em novembro deste ano.



Fonte: Metrópoles

Moraes autoriza defesas de réus a acompanharem acareações

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), reiterou nesta segunda-feira (23) que todos os advogados dos réus no processo que apura...

Porto x Al-Ahly: veja as escalações para o jogo do Mundial de Clubes

Porto x Al-Ahly estão definidos para o jogo da terceira e última rodada da fase de grupos da Copa do Mundo de Clubes. O duelo...

Palmeiras estreia uniforme contra o Inter Miami no Mundial; veja detalhes

O Palmeiras estará de “roupa nova” quando subir para o gramado do Hard Rock Stadium, em Miami, para lutar pela classificação ao mata-mata do...