O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta segunda-feira (30/6) uma ordem executiva que marca o fim das sanções econômicas impostas à Síria desde 1979. A decisão acontece meses após a queda do ex-ditador Bashar al-Assad e sinaliza um novo capítulo nas relações entre Washington e Damasco. Com o decreto, Trump busca impulsionar a reconstrução do país árabe e restabelecer laços diplomáticos com a nova gestão síria, liderada por Ahmed al-Sharaa.
O gesto não veio sem polêmica. Al-Sharaa, que comandou por anos o grupo jihadista Hayat Tahrir al-Sham (HTS) e já foi um dos líderes da Al-Qaeda na Síria, agora é apontado como reformista e pragmático. Desde a tomada de Damasco por forças rebeldes no fim de 2024, o novo governo tem buscado reconhecimento internacional e prometido anistia, com exceção de membros do regime anterior envolvidos em crimes de guerra.
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Mesmo com o alívio das restrições, a Casa Branca manteve sanções direcionadas ao ex-presidente Bashar al-Assad e seus aliados. Segundo o Departamento do Tesouro, o decreto de Trump também prevê a revisão do status da Síria como “Estado patrocinador do terrorismo” e a possível suspensão parcial das sanções previstas na lei Caesar Act, que há anos impõe duras restrições a negócios com o país.
A decisão do governo norte-americano vem de encontro a denúncias de massacres recentes contra a minoria alauita, grupo étnico de Assad. Investigações da agência Reuters apontam que forças ligadas ao novo governo sírio teriam participado de ataques sistemáticos entre os dias 7 e 9 de março, resultando em quase 1.500 mortes. O atual presidente sírio prometeu abrir uma investigação e receberá um relatório oficial nas próximas semanas.
Trump justificou a revogação das sanções durante discurso recente na Arábia Saudita, onde se encontrou com al-Sharaa, afirmando que a Síria já sofreu muito e agora querem paz. Ele também destacou o interesse dos EUA em ver o país reconstruído e próximo de aliados como Israel, mencionando os Acordos de Abraão como um possível caminho para integração regional.
Fonte: Portal LEODIAS