O Ministério Público de São Paulo investiga um esquema altamente estruturado de produção de drogas sintéticas. A operação resultou na prisão de oito pessoas, nesta quarta-feira (11), no interior paulista.
Dois homens formados em química são investigados por prestar “mentoria” a integrantes do Comando Vermelho. Eles não estão entre os presos nesta operação.
O Gaeco de Campinas descobriu uma família inteira envolvida com o tráfico, incluindo um idoso foragido da Justiça do Rio de Janeiro. Os dois filhos e a nora também têm participação no esquema.
A quadrilha atuava em laboratórios clandestinos altamente equipados, nos quais o GAECO identificou visitas frequentes de dois químicos formados, que, segundo a apuração, ofereciam mentoria técnica sobre manipulação e mistura de insumos químicos para a produção de drogas sintéticas.
Entre os materiais apreendidos, chamam atenção os frascos de ácido acético glacial (100%), altamente corrosivo e usado na síntese de entorpecentes. Além disso, recipientes com carvão ativado de grau laboratorial, utilizado para purificação de substâncias, e frascos de N-Methylformanilide, um solvente químico tóxico empregado em reações químicas avançadas.
De acordo com o promotor Felipe Bertolli, esses itens indicam o nível técnico e sofisticado da estrutura criminosa. O uso das substâncias, mostra conhecimento científico por parte dos envolvidos.
Além dos materiais químicos, os agentes apreenderam drogas, dinheiro, uma arma e um Porsche, avaliado em R$ 1 milhão, que pertencia a um dos investigados.
Outro ponto chamou atenção do Ministério Público: a família tem uma transportadora que, embora fizesse fretes regulares, levava drogas em grande quantidade para o Rio de Janeiro, onde fica o berço da facção. Em uma apreensão anterior da Polícia Federal, quase uma tonelada de drogas foi encontrada escondida em um desses veículos.
Durante a ação, foram cumpridos quatro mandados de prisão. Dois investigados foram detidos em flagrante e dois estavam foragidos da Justiça do Rio de Janeiro — o pai, já condenado, e o filho, que integra a facção criminosa. A nora da família também é investigada, já que o imóvel usado como laboratório estava alugado em nome dela.