Ícone do site O SERINGAL

Alckmin reúne empresários e anuncia esforço para reverter tarifaço

alckmin-reune-empresarios-e-anuncia-esforco-para-reverter tarifaco

Alckmin reúne empresários e anuncia esforço para reverter tarifaço

Em reunião com empresários do setor da indústria, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) afirmou, nesta terça-feira (15/7), que trabalhará para reverter o tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos sobre as exportações brasileiras.

“Em relação a questão das tarifas, trabalharemos para reverter. Elas são absolutamente inadequadas. Os Estados Unidos têm déficit na balança comercial com boa parte do mundo, mas têm superávit na balança comercial com o Brasil, tanto no setor de serviços quanto no de bens. Tem superávit há 15 anos na balança comercial com o Brasil”, declarou durante a reunião com representantes do setor da indústria, um dos maiores afetados pelas tarifas unilaterais do presidente dos EUA, Donald Trump.

Segundo Alckmin, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) solicitou a reunião com o setor com o objetivo de fazer um trabalho conjunto para “rever essa questão das tarifas norte-americanas”.

“O governo brasileiro está empenhado em resolver esta questão e queremos ouvir as sugestões e propostas de vocês”, completou Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento.

Ele ainda citou que o governo federal conversa com o setor industrial norte-americano para envolvê-los nas negociações, sob a justificativa de que eles também serão prejudicados pelo tarifaço de Trump.

“Nós conversamos com os parceiros americanos do setor industrial para eles também se envolverem nesse trabalho. Mostrando que não só encarece, prejudica a economia brasileira, mas também encarece os produtos americanos e ainda mais da questão da exiguidade do tempo. Então, é importante a participação de vocês para a gente fazer um trabalho em conjunto”, finalizou.

Leia também

No fim de semana, Alckmin indicou que o governo brasileiro continuará buscando reverter a taxação, que classificou como “inadequada”, e que acionará a Organização Mundial do Comércio (OMC) para resolver o imbróglio com os Estados Unidos.

Participaram da reunião, do lado do governo federal:

Do lado dos setores, estavam presentes:

  1. Francisco Gomes Neto, presidente da Embraer;
  2. Ricardo Alban, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI);
  3. Josué Gomes da Silva, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp);
  4. José Velloso, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq);
  5. Haroldo Ferreira, presidente-Executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados);
  6. Janaína Donas, presidente-Executiva da Associação Brasileira do Alumínio (ABAL);
  7. Fernando Pimentel, da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT);
  8. Paulo Roberto Pupo, superintendente da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci);
  9. Paulo Hartung, presidente Executivo da Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ);
  10. Armando José Giacomet, vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci);
  11. Rafael Lucchesi, CEO da Tupy;
  12. Giovanni Francischetto, superintendente da Associação Brasileira de Rochas Naturais (Centrorochas);
  13. Edison da Matta, diretor Jurídico e de Comércio Exterior do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças);
  14. Cristina Yuan, diretora de Relações Institucionais do Instituto Aço Brasil;
  15. Daniel Godinho, diretor de Sustentabilidade e Relações Institucionais da WEG;
  16. Fausto Varela, presidente SINDIFER;
  17. Bruno Santos, diretor executivo ABRAFE;
  18. Alexandre Almeida, diretor da RIMA.

Brasil é principal alvo do tarifaço

Desde o início da semana passada, os EUA têm notificado oficialmente os países sobre a implementação de tarifas unilaterais na importação de produtos e bens. Até o momento, 24 parceiros comerciais foram taxados.

O Brasil foi o maior prejudicado pela sanção comercial de Trump, com uma tarifa de 50%. Em resposta, o governo brasileiro defendeu a soberania nacional e se mostrou aberto para negociar com os norte-americanos.

Lei de Reciprocidade Econômica

Com o tarifaço, diversos setores produtivos podem ser afetados, com destaque para agricultura e indústria de produção. De acordo com dados oficiais, cerca de 12% das exportações brasileiras têm como destino o mercado norte-americano.

Entre os principais produtos exportados para os EUA estão: óleos brutos de petróleo, ferro, aço, celulose, café, suco de laranja, carne bovina, aeronaves e máquinas para o setor de energia.

Caso os países não cheguem a um acordo até 1º de agosto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não descartou a possibilidade de aplicar o princípio da reciprocidade, previsto na Lei de Reciprocidade Econômica.

Confira a lista dos afetados pelo tarifaço:

  1. Brasil: 50%
  2. Laos: 40%
  3. Myanmar: 40%
  4. Camboja: 36%
  5. Tailândia: 36%
  6. Bangladesh: 35%
  7. Sérvia: 35%
  8. Indonésia: 32%
  9. África do Sul: 30%
  10. Argélia: 30%
  11. Bósnia e Herzegovina: 30%
  12. Iraque: 30%
  13. Líbia: 30%
  14. México: 30%
  15. União Europeia: 30%
  16. Sri Lanka: 30%
  17. Brunei: 25%
  18. Cazaquistão: 25%
  19. Coreia do Sul: 25%
  20. Japão: 25%
  21. Malásia: 25%
  22. Moldávia: 25%
  23. Tunísia: 25%
  24. Filipinas: 20%

*Todas as tarifas entram em vigor a partir de 1º de agosto.


Fonte: Metrópoles

Sair da versão mobile